Dirigente hospitalar aponta risco de efeitos colaterais por uso excessivo de medicamentos que não têm eficácia comprovada contra a Covid-19
Por Matheus Simoni no dia 10 de Março de 2021 ⋅ 10:01
A diretora técnica do Hospital Aeroporto, Eliane Noya, localizada em Lauro de Freitas, avaliou o prejuízo causado pela defesa do chamado ‘tratamento precoce’ contra o coronavírus e negou a eficácia de medicamentos contra a Covid-19. Ela citou a cloroquina e a ivermectina como substâncias que não apresentam dados comprovados de que são eficazes.
“O que a gente viu é que, no início, se tentou a hidroxicloroquina, a cloroquina com azitromicina, se tentou isso. Mas não funcionou. O estudos mostraram que isso não funcionou. Está mais do que provado que isso não funciona. Ainda tem algumas pessoas que ficam nessa esperança. Se isso tivesse algum efeito, o mundo não estaria do jeito que está. Não tem um medicamento que combata o vírus”, disse Eliane Noya, em entrevista a José Eduardo na Rádio Metrópole hoje (10).
“A gente procura não polemizar, é pior. As pessoas querem tomar. Quem tome, pelo menos tomem doses menores. Doses maiores de ivermectnia tem o risco de ter um efeito colateral grave. Mas está provado, se olhar qualquer recomendação de outro país, CDC e hospitais de fora. No início, todo mundo começou usando. Depois foi tirando. Fizeram estudo, o HCor em São Paulo fez um estudo com o Sírio e publicaram que não teve efeito”, declarou.
Ainda segundo a médica, há o registro de pacientes que dão entrada na unidade de saúde mesmo após terem tomado as medicações. “A gente vê as pessoas chegando que usaram e não usaram. Ele vai ter o quadro grave apesar de usar ou não usar. Se você usou e se deu bem, você diz que foi isso que fez ele melhorar. Se não usou, outro diz que deveria ter usado e deveria melhorar. O que a gente vê provado é que não muda”, disse Noya.
Veja a entrevista completa:
Fonte: Metro 1