Donetsk, polo separatista na Ucrânia, evacua civis para a Rússia

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O líder da autoproclamada república separatista pró-Rússia de Donetsk, Denis Pushilin, em guerra com a Ucrânia há oito anos, anunciou o início de evacuação da população para o território russo.

A decisão foi divulgada em um vídeo publicado nesta sexta-feira (18/2), no Telegram, após Denis Pushilin acusar Kiev (foto em destaque) de preparar uma invasão, depois que os confrontos aumentaram.

“Uma partida maciça e centralizada da população para a Federação Russa foi organizada, antes de tudo, mulheres, crianças e idosos devem ser evacuados”, declarou o líder.

“O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, muito em breve dará ordem para partir para a ofensiva e lançará um plano para invadir as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk”, disse ele, referindo-se aos dois territórios separatistas.

Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam a Rússia de querer incitar a violência nesses territórios controlados por separatistas pró-Rússia para encontrar uma razão para invadir a Ucrânia, para cujas fronteiras foram enviados cerca de 150 mil soldados.

Denis Pushilin ressaltou que “as Forças Armadas da República Popular de Donetsk, tendo experiência em realizar combates, estão em situação de alerta de combate permanente, são capazes de proteger totalmente a população civil e infraestruturas. Mesmo assim, durante bombardeios das povoações da república pelo adversário, pode haver ameaças à vida e saúde dos nossos cidadãos”.

Um anúncio semelhante foi feito também pelo líder da República Popular de Lugansk, Leonid Pasechnik. Ele deu início à evacuação da população civil para a Rússia e encarregou as entidades responsáveis de assegurarem o processo.

Na quinta-feira (17/2), as repúblicas de Donbass declararam que a situação na linha de contato se agravou, e que Kiev ignora todos os compromissos atingidos anteriormente. Mesmo assim, a Ucrânia insiste que está inclinada a resolver o conflito por meios políticos e diplomáticos.

Entenda

A crise entre a Rússia e a Ucrânia tem atingido níveis de tensão que deixam o planeta atento ao que vem acontecendo no Leste Europeu. O imbróglio começou devido ao desejo ucraniano de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, o que gerou insatisfação no governo russo.

Apesar das ameaças de invasão e da intensificação das atividades militares na fronteira, a Ucrânia reafirmou a intenção de fazer parte do grupo que reúne 30 países.

Este é o momento mais tenso da disputa entre os dois países. A tensão teve início com a exigência do governo russo de que o Ocidente não aceite a adesão da Ucrânia à Otan.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Na tentativa de evitar a invasão da Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou o presidente russo, Vladmir Putin, com “sanções severas”.

Fonte: Metrópoles

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