Por Dr. Ricardo Sampaio (Portal Ipirá City) – Terça, 1 de dezembro de 2020
Independe se seu grupo político ganhou ou perdeu, a campanha acabou e o que você quer é que quem ganhou faça uma boa gestão e, antes que esta aconteça, a fase da TRANSIÇÃO é essencial.
Ainda mais nesta campanha atípica de 2020, em que Ipirá experimentou, pela primeira vez, um confronto entre dois candidatos e não entre os tradicionais grupos Macacos x Jacu. Engana-se quem pensa que a Jacuzada está morta, não está! Apenas pagou um preço alto, por insistir no erro. Como costumo dizer: Delorme revira-se no túmulo e grita: IDIOTAS!
Foi a eleição dos macacos aliados aos jacus CONSCIENTES contra o atual prefeito. Os 6.094 votos de frente EXPLICITAM TODOS OS INÚMEROS MOTIVOS.
Agora é a hora da TRANSIÇÃO. Ensaiar a mão na massa, para sentar na cadeira de prefeito no dia 1º de janeiro, sabendo o TAMANHO DO ABACAXI que precisará ser descascado.
A equipe de transição foi anunciada. Parece um “puxadinho” da gestão de Diomário, capitaneada pelo chefe da campanha do prefeito eleito.
Se essa for a pegada da nova gestão, o novo NÃO se confirmará e teremos mais do mesmo, UM SÍNDICO QUE PAGARÁ AS CONTAS DO CONDOMINIO (no caso, a prefeitura) EM DIA.
Ah Dr, isso já é muito!
Não! Não é! Ipirá é puro atraso!
Desde quando aparelho de Raio X na UPA ou rua asfaltada é sinônimo de progresso?
Devemos conceder o benefício da dúvida e continuar, por enquanto, dormindo com um olho aberto. O olho fechado continuará sonhando com a esperança, com um governo moderno, novas práticas, gestão correta e sem escândalos de corrupção, elevando Ipirá ao seu devido patamar.
O olho aberto, com a necessária desconfiança, atenta ao jogo político que está sendo jogado, aos possíveis casos de clientelismo e nepotismo, mesmo que disfarçados e, principalmente, ao espirito que animará os próximos 4 anos, se será de novidade ou o INDESEJADO CONTINUISMO, ao estilo MONKEY.
Mas vamos para o abacaxi que precisará ser observado pela equipe de transição, para que a sociedade não se frustre, caso, nos seis primeiros meses de governo, nada de relevante seja realizado:
Não há uma legislação federal para a transição, a não ser alguns artigos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Entretanto, há Resolução do Tribunal de Constas dos Municípios (TCM), nº 1311/2012, com o objetivo de disciplinar as providências a serem adotadas pelos Municípios para a transmissão de cargos de Prefeitos, Vice Prefeitos Municipais e Presidentes de Câmaras.
Assim, o gestor municipal em término de mandato fica OBRIGADO a constituir uma Comissão de Transmissão de Governo, incumbida de repassar informações e documentos AOS REPRESENTANTES DA NOVA ADMINISTRAÇÃO, de modo a não inibir, prejudicar ou retardar as ações e serviços iniciados em prol da comunidade, evitando a descontinuidade administrativa no município.
E se o atual prefeito não constituir a referida Comissão, o que lhe acontece?
Anão instauração da Comissão de Transmissão de Governo, pelo gestor anterior, poderá ocasionar a rejeição de suas conta referentes ao último ano de mandato, ou seja, rejeição das Contas de 2020.
O que a equipe de TRANSIÇÃO deverá ter acesso?
Verificação de saldo em caixa; Saldos bancários; Demonstrativos dos restos a pagar; Relação das obras e dos serviços de engenharia executados E EM EXECUÇÃO NO MUNICÍPIO, etc.
Vejam que não se trata de um trabalho qualquer, é a verificação REAL do estado em que se encontra o Município e não aquilo que se falou na campanha ou como achamos que ele está.
Ipirá é, atualmente, um CEMITÉRIO de obras malfeitas e inacabadas, que poderão custar o completo engessamento das necessárias e esperadas ações que precisarão ser tomadas a partir do dia 1º.
Um outro GRANDE problema a ser resolvido é a questão do ANO LETIVO 2020. Esta herança é uma das mais preocupantes, porque exigirá um esforço técnico descomunal para que não seja perdido. Serão adotadas aulas remotas? Como será o calendário escolar? Meus amigos este é um problema que já deveria estar sendo DEBATIDO com os profissionais da educação. NÃO HÁ TEMPO A PERDER E NÃO PODE ESPERAR ATÉ O DIA 1º.
Observem que toquei apenas em dois temas sensíveis, de uma lista bastante grande.
Não mencionei sobre o “espaço” da feira livre, porque merece um olhar mais aprofundado e dedicado com exclusividade a este tema – CENAS DO PROXIMO CAPÍTULO.
E acabou a campanha política e já temos a equipe de transição. Se a partir de janeiro vier com a conversa de que “não sabia onde estava se metendo”, a culpa é de quem?