Luciana, Letícia, Rafael e Cassiano ainda não foram achados REPRODUÇÃO/ RECORD

Eles podem estar vivos? O que se sabe sobre o helicóptero que sumiu rumo a Ilhabela, em SP

Brasil

Buscas foram retomadas na manhã desta quarta-feira (3), na região da serra do mar, em São José dos Campos

Os passageiros do helicóptero com destino a Ilhabela que desapareceu em São Paulo, na tarde do último domingo (31), ainda não foram encontrados.

As buscas foram retomadas na manhã desta quarta-feira (3) na serra do mar, na região de São José dos Campos, no interior de SP.

Um Águia 24 do Grupamento Aéreo da Polícia Militar se deslocou para a região para prestar apoio ao helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira).

Embarque

Às 13h15 do domingo (31), o piloto Cassiano Tete Teodoro e três tripulantes — identificados como Luciana Marley Rodzewics Santos, de 46 anos, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos, e Raphael Torres — embarcaram em um helicóptero modelo Robson 44.

A aeronave saiu do aeroporto do Campo de Marte em Santana, na zona norte de SP, rumo a Ilhabela, litoral norte.

Antes de decolar, o piloto perguntou a um controlador de voo em Ilhabela sobre o clima e disse que a previsão era que o trajeto durasse cerca de 45 minutos.

Segundo a FAB, o homem que conversou com Cassiano não era controlador de tráfego aéreo.

Planos para o Ano-Novo

Conforme as informações da família, Raphael conseguiu o transporte para o litoral e convidou Luciana e Letícia para um passeio.

A jovem, que mora com os avós, disse aos familiares que iria almoçar com a mãe, mas retornaria para o Réveillon em São Paulo.

Mau tempo

Às 14h42, um homem, que seria responsável pelo tráfego aéreo, ligou para o comandante.

Cassiano afirmou não estar conseguindo cruzar a serra, na região conhecida como “Fazendinha”, já em Caraguatatuba, no litoral paulista, devido ao mau tempo.

De acordo com o piloto, as nuvens impossibilitavam a visão para continuar o trajeto.

O homem então diz que o céu em Ilhabela estava aberto e que havia um espaço sem nuvens em cima do heliponto, indicando que o piloto conseguiria realizar o pouso.

Ele sugere que Cassiano passe por cima da camada de nuvens, mas o piloto fala que não conseguiria subir até lá.

Último contato

Letícia gravou vídeos do mau tempo para enviar ao namorado e informar que a aeronave estava retornando. Ela também mandou mensagens dizendo que o clima estava muito perigoso para seguir o voo. 

A empresa responsável pela aeronave informou os familiares de Luciana, na terça-feira (2), que o helicóptero chegou a pousar por conta das condições meteorológicas.

Pouco tempo depois, eles levantaram voo novamente, perderam o sinal e desapareceram. O último contato com a aeronave foi às 15h10.

Licença cassada

Por meio de nota, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que o piloto Cassiano Tete Teodoro teve sua licença e todas as habilitações cassadas em setembro de 2021, por ter cometido infrações consideradas graves com relação à segurança da aviação — como fraudes de planos de voos e práticas envolvendo transporte aéreo clandestino.

Na ocasião, o piloto recorreu à Justiça, que manteve a decisão da Anac.

Em outubro de 2023, após o prazo máximo legal para a penalidade administrativa de cassação, o piloto retornou ao sistema de aviação civil ao obter uma nova licença com habilitação para PPH (Piloto Privado de Helicóptero). Essa licença não dá autorização para a realização de voos comerciais de passageiros.

Ainda de acordo com as informações da Anac, consta no RAB (Registro Aeronáutico Brasileiro) que o helicóptero se encontra em situação normal de aeronavegabilidade, mas sem permissão para realização de serviço de táxi-aéreo.

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Fonte: R7