O Cidadania aprovou no sábado (19) a proposta de formar uma federação com o PSDB
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) confirmou, ao UOL Entrevista nesta terça-feira (22), que pode ser candidata a vice em uma eventual chapa liderada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), à Presidência.
Segundo a parlamentar, seu nome foi citado pelo próprio tucano durante uma reunião em São Paulo. Também estavam presentes o líder do Cidadania na Câmara Federal, deputado Alex Manente (SP), e o deputado licenciado e secretário de Projetos e Ações Estratégicas do governo Doria, Rodrigo Maia (SP).
“Me traz muita honra, felicidade por ter sido lembrada. Se meu nome for apresentado dentro de um conjunto de forças que seja adequado para isso, estou aqui. Se for outro nome que tem que ser apresentado para construção da frente, estarei também para apoiar. O que não quero é repetir o 2º turno da eleição [de 2018]”, disse Eliziane.
O Cidadania aprovou no sábado (19) a proposta de formar uma federação com o PSDB. Apesar da aprovação, o partido manteve a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira (SE).
MAU DESEMPENHO DE DORIA
Internamente, o PSDB demonstra preocupação com o mau desempenho do governador João Doria nas pesquisas de intenção de voto à Presidência da República. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-senador Aloysio Nunes disse que o PSDB não é mais uma referência nacional e afirmou que as movimentações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são legítimas.
Eliziane Gama diz que ainda é cedo para fazer esse tipo de avaliação. “A gente precisa de alguém que tenha capacidade de gestão. Não há dúvida de que João Doria tem condições de reconstrução do país. Temos ainda algum tempo para campanha eleitoral, o processo da política é muito dinâmico.”
Pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) em parceria com o Instituto MDA divulgada ontem aponta que Lula continua na liderança para a disputa eleitoral deste ano para a Presidência. Ele aparece com 42,2% das intenções de voto, à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou com 28%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Em terceiro lugar aparece o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6,7%, tecnicamente empatado com o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) com 6,4%. Ciro oscilou 1,8 ponto percentual para cima, em relação ao levantamento anterior, quando tinha 4,9% das intenções de voto; já Moro caiu 2,5 pontos percentuais – em dezembro ele tinha 8,9%.
Na sequência, aparecem Doria, com 1,8% das intenções de voto, mesmo índice da pesquisa anterior; o deputado federal André Janones (Avante), com 1,5%; a senadora Simone Tebet (MDB), com 0,6%; Felipe D’Ávila (Novo) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD), com 0,3% cada. Todos estão tecnicamente empatados, conforme a margem de erro.
ARAS NÃO PODE SER SERVIÇAL DE BOLSONARO, DIZ ELIZIANE
Durante a entrevista, Eliziane Gama ainda criticou a postura do procurador-geral da República, Augusto Aras, em relação a Bolsonaro. O PGR vem sendo pressionado por senadores por não ter levado à frente algumas das denúncias feitas pela CPI da Covid, sobretudo as que se referem ao presidente.
“A CPI não vai morrer porque o número de informações é robusto. Estavam lá depoimentos de ex-aliados do governo, com dados, provas materializadas. O STF precisa dar andamento aos processos e o próprio PGR precisa compreender que ele não é um serviçal do presidente da República. Ele, sim, não pode prevaricar.”
Eliziane ainda disse que Bolsonaro instrumentaliza a fé. “Ele usa a igreja e alguns líderes como instrumento de ‘barganha’ para benefício eleitoral. Fico impressionada quando vejo algumas pessoas colocando Bolsonaro acima de Jesus Cristo.”
Outro recorte da pesquisa realizada pela CNT mostra que Bolsonaro ainda é preferência entre o eleitorado evangélico para o primeiro turno das eleições. Se a eleição fosse hoje, Bolsonaro teria 40% das intenções de voto no segmento evangélico e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 30%.
Porém, o atual presidente tem enfrentado resistência de alguns setores evangélicos. A diferença entre Lula e Bolsonaro caiu no Sudeste, por exemplo, onde os dois estão tecnicamente empatados. Levando em conta a margem de erro, de dois pontos porcentuais, Lula tem 34% e Bolsonaro, 32%. Em dezembro, a diferença entre os dois na região era de nove pontos e agora é de apenas dois.
Fonte: Notícias ao Minuto