A escoliose, encurtamento da coluna causado por uma curvatura lateral, ganha maior destaque na saúde pública nesta quinta-feira (27), Dia Internacional da Escoliose Idiopática (EIA), que faz referência a um tipo específico da condição que se desenvolve na infância ou adolescência.
A escoliose já fica em destaque durante todo o mês de junho, independentemente do tipo. Isso porque, a condição de saúde é tema de campanha Junho Verde, destinada a conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e do tratamento precoce da doença — que acomete cerca de 4% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em conversa com a CNN, Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna do Hospital Israelita Albert Einstein, afirma que a escoliose é definida como um “desvio da coluna no plano frontal acima de 10 graus”.
“É importante essa definição de 10 graus porque pequenos desvios fazem parte da normalidade”, ressalta o profissional.
Já o tipo definido como idiopática, têm como origem “alterações genéticas e ocorrem com mais frequência durante o estirão de crescimento”, aponta o especialista. Ou seja, se desenvolve em crianças e adolescentes. Segundo o médico, estas são as mais comuns e atingem principalmente mulheres.
Tipos de escoliose
Além da idiopática, a escoliose ainda pode ser classificada de outras três formas:
- congênita;
- neuromuscular; e
- degenerativa.
“A escoliose congênita é uma forma da doença em que a pessoa já nasce com a deformidade na coluna. Esse tipo resulta de malformações vertebrais presentes desde o nascimento”, afirma o especialista.
Já a neuromuscular é uma variação da escoliose “comum”. Essa têm como origem alterações musculares ou neurológicas. “Entre as deformidades mais frequentes nesse grupo estão a paralisia cerebral, distrofias musculares, mielomeningocele ou deformidades pós-traumáticas”, diz Luciano.
A degenerativa, por sua vez, se desenvolve na vida adulta e é causada pelo desgaste da coluna vertebral.
Sintomas e diagnóstico da escoliose
Nos casos mais leves, a condição pode ser assintomática e descoberta apenas durante exames de rotina. “Em casos mais severos, os sintomas incluem dor nas costas, assimetria nos ombros ou quadris, uma escápula mais proeminente que a outra e problemas respiratórios, devido à compressão dos pulmões”, explica o ortopedista.
Para saber se tem escoliose, é necessário que o paciente faça uma avaliação das costas, analisando a simetria entre a altura dos ombros, escápulas, cristas ilíacas (estrutura que se estende ao longo do topo da pelve) e costelas. Em caso de dúvida, deve-se consultar um especialista e realizar uma radiografia de toda a coluna.
“O mais importante é o diagnóstico precoce para evitar a evolução da curvatura. Quando há uma angulação grande, a cirurgia pode corrigir totalmente”, aponta Luciano.
Tratamento da escoliose
De acordo com o especialista, o tratamento da escoliose depende de vários fatores, como a idade do paciente, a gravidade da curvatura e a probabilidade de progressão da deformidade.
“Para casos leves, o acompanhamento regular e exercícios específicos podem ser suficientes. Em adolescentes, o uso de coletes ortopédicos pode impedir a progressão da curva”, explica o ortopedista.
Em situações onde a curvatura é mais acentuada, um procedimento cirúrgico pode ser necessário. “A cirurgia de fusão espinhal é a técnica mais comum utilizada para corrigir a curvatura, unindo duas ou mais vértebras de forma a impedir a progressão da deformidade”, segundo o médico.
Fonte: CNN Brasil / Witthaya Prasongsin/Getty Images