Estudantes baianas transformam cacto da Caatinga em bioplástico

Bahia

O bioplástico surge como alternativa mais sustentável aos plásticos convencionais. Em 2022, por exemplo, cada brasileiro gerou, em média, 64 quilos de resíduos plásticos, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos. Com o objetivo de reduzir os impactos ambientais causado por esse tipo de lixo, as estudantes Ana Clara Moreira e Emiliane Nery, do Colégio Estadual do Campo de Tempo Integral de Andorinha, orientadas por Rebeca Miranda, criaram um bioplástico a partir do facheiro, cacto típico da Caatinga.

A estudante Ana Clara explica que a matéria-prima foi escolhida pela disponibilidade no território e o desejo da equipe de reconhecer a riqueza da sua região. “A escolha do facheiro, pouco explorado na nossa região, teve como objetivo valorizar e demonstrar todo o potencial do nosso bioma. O nosso produto é flexível. As propriedades do bioplástico são biodegradáveis, porque ele é fabricado a partir de fontes naturais e resistentes, como o facheiro, vinagre e glicerina”. 

Segundo a jovem pesquisadora, o produto tem potencial para gerar renda e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico local. “O projeto tem potencial para fomentar a geração de empregos na comunidade, uma vez que a ampliação do cultivo do facheiro poderá estimular atividades econômicas associadas, promovendo simultaneamente sua valorização e conservação. Em escala global, a iniciativa contribui para a mitigação da geração de resíduos sólidos, favorecendo a preservação ambiental e a sustentabilidade do planeta”, diz. 

O bioplástico, desenvolvido com o apoio da Secretaria da Educação (SEC), foi testado e, de acordo com Ana, apresentou resultados animadores. “Com os testes e as técnicas que usamos na produção, vimos que o resultado é promissor. Conseguimos um produto com bom aspecto, que abre caminho para algo de qualidade ainda melhor. O facheiro, além de resistente, é fácil de encontrar e tem baixo custo. Ao analisar as características do material, percebemos que ele pode substituir plásticos derivados do petróleo, sendo, assim, uma alternativa biodegradável, já que sua decomposição ocorre entre 6 e 12 meses”, afirma. 

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail ascom@secti.ba.gov.br.

Fonte: Band Bahia / Foto: Divulgação

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