Os preços domésticos acompanharam o movimento da CBOT e também se valorizaram no último mês nas principais praças.
No mercado internacional, o preço do farelo de soja em Chicago reagiu em julho. A média em julho foi de USD 433,93/ton, 6,8% maior em relação a junho. Em agosto, os preços do derivado da soja iniciaram a primeira semana em alta, mas se acomodaram após as quedas dos grãos, fechando a terceira semana em USD 403,9/ton. Um dos fatores que pode ter contribuído para o avanço no mercado internacional foi o menor esmagamento da Argentina no mês de julho.
Já nos Estados Unidos, a indústria esmagadora está operando praticamente sem capacidade ociosa, em linha com as boas margens de esmagamento americanas. Ademais, o esmagamento argentino poderá ser um direcionador de preços, e a expectativa da indústria local para agosto é de volumes ainda menores que os de julho, o que pode dar suporte ao preço do derivado na CBOT, a ver também a evolução das cotações da oleaginosa.
Os preços domésticos acompanharam o movimento da CBOT e também se valorizaram no último mês nas principais praças. A média das cotações em Rondonópolis (MT) registrada em julho foi de R$ 2.043,92/t, 1,1% maior em relação a junho. Mesmo com a boa disponibilidade do produto no interior do Brasil por conta do alto esmagamento, os preços brasileiros tendem a seguir a paridade de exportação, dado que as vendas externas do derivado encontram-se em níveis elevados.
De acordo com a Secex, o total das exportações brasileiras até julho foi de 13 milhões de toneladas, valor recorde para o período.
Ainda, a Abiove em seu último levantamento, manteve a projeção de esmagamento do grão em 53,5 milhões de toneladas em 2023. Se confirmado, será o maior esmagamento já registrado, o que contribui para a expectativa de o Brasil ser o maior país exportador de farelo de soja no ano.
O ponto de atenção será para a próxima safra, em caso da recuperação da produção da oleaginosa na Argentina, o que trará competição ao farelo brasileiro no mercado internacional, por conta da grande capacidade de esmagamento existente no país vizinho.
Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA