Salvador amanhece nesta sexta-feira (2) vestida de branco. O 2 de fevereiro, dia da Festa de Iemanjá, já mobiliza milhares de devotos e admiradores na região do Rio Vermelho, onde acontecem tradicionais rituais de agradecimento e entrega de presentes à Rainha do Mar. Desde as primeiras horas do dia, já se formam filas para deixar os balaios com as oferendas que serão entregadas no Buraco de Iaiá, a três milhas náuticas da costa. Segundo a organização da festa, a estimativa é que cerca de 500 mil pessoas circulem pelo local.
Com tema ‘Odoyá, 101 anos de festa e reverência a Iemanjá’, a festa já começou suas comemorações na quinta-feira (1), com a entrega do presente no Dique Tororó, às 23h30. Já nesta sexta-feira, por volta das 4h30, o presente principal saiu do terreiro de Ilê Oxumarê, na Avenida Vasco da Gama, às 4h30 em direção a Colônia de Pescadores,na orla do Rio Vermelho.
A festa tem origem ainda no Brasil colonial, quando o culto à Iemanjá foi trazido pelos africanos. Ao Jornal Metropole, o historiador Carlos da Silva Jr. explicou que, na verdade, a orixá era uma divindade da água doce, diferentemente de como a conhecemos hoje. Essa transmutação começou nos navios negreiros que atravessavam o oceano Atlântico com pessoas que seriam escravizadas no Brasil. Para sobreviver ao terror daquelas viagens, eles se apagavam à Mãe das Água e assim Iemanjá virou Rainha do Mar. Já a celebração no Rio Vermelho surgiu há exatos 101 anos, quando o bairro ainda não era tão pulsante e boêmio como hoje. Era formado por uma colônia de pescadores, que, em um momento de desespero, se uniram para oferecer à Mãe das Águas presentes em troca de um mar tranquilo e fartura nas pescas. A história dos festejos foi tema da matéria de capa do Jornal Metropole desta semana.
Programação
Os balaios poderão ser entregues até às 16 horas da sexta-feira. Para a segurança do evento, 150 guardas municipais estarão atuando e o ordenamento será realizado pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop). Além disso, a Transalvador realizará interdições progressivas do tráfego tanto na região do Dique do Tororó quanto no Rio Vermelho.
Fonte: Metro 1
