Geração Alpha: 80% dos adolescentes planejam abrir o próprio negócio

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Estudo aponta que o empreendedorismo deixou de ser uma alternativa de carreira para se tornar uma competência essencial; escolas especializadas ganham espaço ao focar em inteligência financeira e “soft skills”

O mercado de trabalho do futuro está sendo desenhado hoje, dentro das salas de aula e na mente de jovens que ainda nem atingiram a maioridade. A chamada Geração Alpha — nascidos a partir de 2010 — já demonstra uma inclinação sem precedentes para a autonomia profissional. Segundo uma pesquisa realizada pela Companhia de Estágios em parceria com a Opinion Box, 80% dos adolescentes de até 17 anos pretendem abrir o próprio negócio.

Diferente de gerações anteriores, que buscavam a estabilidade em grandes corporações ou concursos públicos, os jovens atuais enxergam no empreendedorismo o caminho para a realização pessoal e financeira. Esse movimento tem impulsionado a demanda por modelos educacionais que vão além do currículo tradicional, priorizando a inovação e o pensamento crítico.

Mais que abrir empresas: uma filosofia de vida

Para especialistas, o termo “empreender” está sendo ressignificado. Não se trata apenas da abertura de um CNPJ, mas do desenvolvimento de capacidades comportamentais para lidar com um mundo volátil.

“Empreender não é apenas abrir uma empresa, é aprender a tomar decisões e lidar com os obstáculos”, afirma Marco Antonio Casagrande, psicólogo comportamental e sócio-fundador da Escola Mira.

Casagrande destaca que, ao introduzir conteúdos de gestão e finanças precocemente, os jovens desenvolvem soft skills fundamentais, como a tolerância à frustração e a adaptabilidade. “Quando esses conteúdos são incorporados ao aprendizado, aumenta a capacidade de identificar oportunidades e inovar”, pontua o especialista.

O “Futuro da Educação” e a visão da OCDE

A tendência brasileira está alinhada às diretrizes globais. O projeto Future of Education and Skills 2030/2040, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), reforça que o conhecimento técnico já não é suficiente. Para o século XXI, atitudes, valores e a aprendizagem ao longo da vida (lifelong learning) são os novos pilares da formação.

A Geração Alpha, nativa digital e com acesso instantâneo a informações sobre investimentos e tecnologia, possui um perfil:

  • Criativo e Imediatista: Transformam ideias em projetos com rapidez.
  • Autônomo: Demonstram segurança na tomada de decisões.
  • Tecnológico: Familiaridade natural com programação e estratégias de marketing digital.
Metodologia na prática

Para atender a esse público exigente, instituições como a Escola Mira, fundada em Londrina (PR), apostam em metodologias dinâmicas. O ensino utiliza jogos, simulações de investimentos e exercícios de planejamento financeiro pessoal. Os alunos vivenciam desde o controle de gastos diários até a criação de soluções para problemas reais da sociedade.

A proposta é que a educação acadêmica e o crescimento pessoal caminhem juntos. “Atualmente, não basta investir apenas no desenvolvimento acadêmico. Precisamos formar indivíduos capazes de enfrentar desafios de maneira criativa e estratégica”, conclui Casagrande.

Fonte: Money Report / Foto: Reprodução

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