Redação Notícias – Terça, 8 de dezembro de 2020
O Ministério da Saúde deixou vencer um contrato e suspendeu os exames de genotipagem no Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas que vivem com HIV, aids (doença causada pelo vírus) e hepatites virais, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. O teste é essencial para definir o tratamento mais adequado para quem desenvolve resistência a algum medicamento.
O contrato com a empresa que realizava esse exame venceu em novembro. O Ministério realizou um pregão para buscar nova fornecedora do serviço apenas um mês antes – no dia 7 de outubro. Mas, a empresa vencedora não anexou todos os documentos exigidos pelo edital e o processo fracassou.
A expectativa do Ministério da Saúde é realizar novo pregão nesta terça-feira (8).
Apenas crianças menores de 12 anos e gestantes que vivem com HIV e aids farão o exame, de acordo com nota distribuída pelo ministério a serviços de saúde no último dia 3. Pacientes com hepatite C devem receber os medicamentos velpatasvir e sofosbuvir, que são mais eficazes e dispensam a genotipagem.
A Articulação Nacional de Luta contra a adis (Anaids) estuda levar o caso para o Ministério Público Federal. Moysés Toniolo, representante da Articulação e conselheiro nacional de Saúde, afirma que foi pego de surpresa pela interrupção dos exames de genotipagem. Ele disse que a pasta não informou quantos pacientes precisam hoje deste serviço.
“Temos um contingente de pessoas que há anos usam a terapia e pode precisar desse exame para continuar a viver”, afirmou Toniolo.
O conselheiro avalia que há um “desmonte” de políticas para pessoas que vivem com HIV, adis e hepatites virais no governo Jair Bolsonaro.
Em fevereiro deste ano, Bolsonaro afirmou que pessoa com HIV “é uma despesa para todos”.
Fonte: Yahoo