Governo erra dados sobre vacinação de crianças

saúde

Por Alessandra Monterastelli

• Apenas 10% das crianças pequenas foram vacinadas contra covid • Nova subvariante da ômicron faz aumentar casos • Saúde será tema crucial na COP-27 • Depressão e doenças do coração • Bilionários causam enorme prejuízo ao planeta • Terras indígenas conservam biodiversidade •

Ministério da Saúde erra dados sobre vacinação de crianças

Só uma em cada dez crianças de 3 e 4 anos do Brasil recebeu a primeira dose de vacina contra covid em três meses de campanha vacinal, segundo a análise de dados do DataSUS feita pela Folha. O índice indica que apenas 13,9% das crianças nessa faixa etária já iniciaram a sua imunização, enquanto a vacinação completa é registrada em apenas 4,2% das crianças. Como comparativo, nos primeiros três meses de campanha vacinal do grupo de 5 a 11 anos, no início de 2022, mais da metade dessa população já tinha recebido a 1º dose. O ministério da Saúde afirmou, em outubro, que 40% das crianças entre 3 e 4 anos já haviam recebido uma dose da vacina. Ao ser questionada pelo jornal, a pasta reconheceu o equívoco e afirmou que se referia a faixa etária de 5 a 11 anos, mas não informou como responderá à baixa adesão à vacinação.

Subvariante ômicron BQ.1 identificada no sul e sudoeste

Rio de Janeiro, Amazonas e agora o Rio Grande do Sul confirmaram casos de pessoas infectadas com a nova variante da covid-19, a ômicron BQ.1, que está em circulação também na Europa. A nova cepa tem sido relacionada ao aumento de casos da doença devido a um escape maior da proteção das vacinas, relacionado a mutações na proteína spike do vírus. Segundo especialistas, não há motivo para grande preocupação, mas tomar a dose de reforço da vacina contra a covid-19 é indispensável para garantir imunidade em relação a infecção e evitar casos graves. 

OMS: saúde deve ser ponto crucial na COP-27

Às vésperas das negociações climáticas cruciais na COP-27, a Organização Mundial da Saúde lembrou que a crise climática adoece pessoas e populações, e que, portanto, a saúde deve estar no centro das negociações que vão definir o futuro do mundo. “A COP-27 será uma oportunidade crucial para o mundo se unir e se comprometer novamente a manter viva a meta de 1,5°C do Acordo de Paris”, lê-se no documento. “As mudanças climáticas estão deixando milhões de pessoas doentes ou mais vulneráveis ​​a doenças, e a crescente destrutividade de eventos climáticos extremos afeta desproporcionalmente as comunidades pobres e marginalizadas”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. O órgão reforçou que a saúde das populações depende da saúde dos ecossistemas, “que estão ameaçados pelo desmatamento, pela agricultura e por outras mudanças no uso da terra”. Lula, presidente eleito, comparecerá à COP-27 e espera-se que ele buscará resgatar o protagonismo do Brasil na luta contra as mudanças climáticas.

Depressão e o aumento de riscos para o coração

O transtorno é um fator de risco para doenças cardiovasculares, mas seu diagnóstico é frequentemente subestimado na prática médica, segundo um artigo publicado no International Journal of Cardiovascular Sciences. Os resultados foram citados nas recomendações da mais nova Diretriz da Sociedade Interamericana de Cardiologia, que defende a necessidade da investigação de problemas mentais para a redução de riscos cardíacos. Segundo a pesquisa, as mulheres são as mais afetadas pela depressão e também têm uma probabilidade de 30 a 50% maior de desenvolver uma doença do coração. 

Bilionários são responsáveis por 1 milhão de vezes mais gases de efeito estufa 

Os investimentos de apenas 125 bilionários emitem 393 milhões de toneladas de CO2 por ano – o equivalente à França. De acordo com um relatório publicado pela Oxfam, a média anual de emissões de um bilionário é 1 milhão de vezes maior do que a de uma pessoa que faz parte dos 90% na base da pirâmide. “O papel dos super-ricos na superação das mudanças climáticas raramente é discutido. Isso tem que mudar. Esses investidores bilionários no topo da pirâmide corporativa têm uma enorme responsabilidade por impulsionar o colapso climático. Eles escaparam da responsabilidade por muito tempo” declarou Danny Sriskandarajah, CEO da Oxfam. 

Terras indígenas têm 71% das espécies conhecidas de primatas

A destruição das matas e os ataques constantes às populações tradicionais colocam em risco a sobrevivência das espécies de macacos do planeta. É o que revela uma pesquisa publicada em agosto na revista Science Advances: 30% da área de distribuição de primatas não humanos está dentro de terras indígenas e 71% de suas 521 espécies podem ser encontradas nesses territórios. “Há uma sobreposição, pelo menos parcial, da maioria das espécies de primatas com os territórios indígenas”, diz o ecólogo Ricardo Dobrovolski, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), um dos autores do trabalho. “As espécies que vivem nesses focos de resistência têm uma chance menor de estar sob risco de extinção e formam algo que podemos chamar de quilombos da biodiversidade”, concluiu à Fapesp. 

Fonte: Outra Saúde

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