Ministro da Fazenda destacou preocupação com mercados emergentes e reforçou foco na economia interna; medidas de ajuste orçamentário seguem
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quarta-feira (6), que o mundo acordou em um clima de maior apreensão após as declarações de campanha do agora presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante evento, Haddad destacou que, além do Brasil, os mercados emergentes e países endividados estão preocupados com as implicações dos discursos do republicano.
“Na campanha foram ditas muitas coisas que causam apreensão não só no Brasil, mas no mundo inteiro”, afirmou. Segundo o ministro, as palavras de Trump geraram uma tensão especialmente nos mercados globais, incluindo a Europa. No entanto, Haddad acredita que o tom de Trump pode se suavizar após a vitória. “Entre o que foi dito e o que vai ser feito… sabemos que isso já aconteceu no passado, as coisas às vezes não se traduzem da maneira como foram anunciadas”, refletiu. O ministro observou que o discurso pós-vitória do candidato já se apresenta mais moderado.
Diante do cenário incerto no exterior, o ministro enfatizou que o Brasil deve focar em sua política econômica interna. “Temos que cuidar da nossa casa, cuidar das finanças, para sermos o menos afetados possível, qualquer que seja o cenário externo”, disse Haddad. Ele também reconheceu o fortalecimento da extrema-direita global, mas ressaltou a importância da resistência da democracia.
Corte de gastos
A agenda de cortes no orçamento da União, tema crucial para o governo, também esteve no centro das declarações do ministro. Haddad informou que as discussões sobre as medidas fiscais avançaram significativamente nos últimos dias, com reuniões concluídas nesta terça-feira (5).
O ministro destacou que as conversas com os ministros da Casa Civil, Fazenda e Planejamento chegaram a um bom resultado e que, em breve, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será informado sobre os próximos passos. “Acredito que o dia de ontem foi muito bom, pensamos que concluímos todas as conversas”, afirmou Haddad. Ele acrescentou que, após a apresentação das medidas ao presidente, o governo encaminhará as propostas ao Congresso Nacional, após Lula dialogar com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.
Haddad ressaltou a importância de um fortalecimento do arcabouço fiscal para garantir a previsibilidade e a sustentabilidade das finanças do Brasil no médio e longo prazo. “Estamos muito conscientes da tarefa que temos pela frente”, concluiu.
Fonte: Fatos Online / Foto: Reprodução
