História de famosa baiana inspira roteiro turístico no Rio de Janeiro

cultura

Por José Mion, com informações de O Globo

Conhecida como a “matriarca do samba”, a baiana Hilária Batista de Almeida, popularmente chamada de Tia Ciata, foi protagonista da saga centenária que levou à formação da chamada “Pequena África” no Rio de Janeiro, que ia do Porto à Cidade Nova, com a antiga Praça Onze como epicentro.

A região, conhecido reduto de grande concentração de população negra, preservou e difundiu, ao longo dos anos, os saberes de matriz africana na religião, na gastronomia e na música. Foi lá que a baiana, que chegou à cidade aos 22 anos, em 1876, construiu sua vida e se tornou referência no samba.

Sua importância, apesar de pouco reconhecida, é tanta que sua trajetória, desde março, é lembrada no projeto “Caminhos de Ciata – A História da Matriarca do Samba”, um passeio mensal e gratuito, que revisita alguns dos endereços ocupados por ela, tida como uma das “tias baianas” que transformaram a cultura brasileira. 

Segundo o jornal O Globo, foi no terreiro de Hilária, na extinta Praça Onze, região histórica no Centro do Rio, que o músico, compositor e violonista Donga e o jornalista e compositor Mauro de Almeida criaram, em 1916, a música “Pelo Telefone”, considerado o primeiro samba.

O passeio, cuja próxima edição está marcada para o dia 7 de julho, às 14h, com público máximo de 30 pessoas, parte da Praça Mauá, em frente ao Museu de Arte do Rio, de onde segue para o Largo de São Francisco da Prainha, destino dos antigos ranchos carnavalescos, que antecederam as atuais escolas de samba. 

O roteiro ainda passa pela Pedra do Sal, onde Ciata confraternizava em torno de rodas de samba, oferendas aos orixás e pratos como o angu à baiana. Lá, as pinturas nas paredes relembram a história, fazendo referência a figuras como a própria Hilária e os músicos Heitor dos Prazeres e João da Baiana, outros dois pioneiros do samba.

O Morro da Conceição; o Beco João Inácio, onde ela dava bênçãos e organizava os ranchos; e a Praça dos Estivadores dão sequência ao passeio, que termina no Cais do Valongo, onde a matriarca baiana desembarcou e onde, a poucos metros, fica a sede da Casa Tia Ciata, espaço cultural idealizado por sua bisneta, Gracy Mary Moreira, que recebe pessoalmente o público em torno de uma exposição permanente, que visa manter viva a memória da baiana.

Para participar do próximo passeio, as inscrições gratuitas podem ser feitas pelo www.sympla.com.br.

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