Região tem enfrentado “fuga de cérebros” em meio a alguns dos controles pandêmicos mais rigorosos do mundo
Hong Kong quer que as empresas internacionais saibam que o local significa negócios.
O líder da cidade, o presidente-executivo John Lee, anunciou nesta quarta-feira (19) que o governo destinaria 30 bilhões de dólares de Hong Kong (US$ 3,8 bilhões) para um novo fundo destinado a atrair mais empresas.
O fundo buscará atrair empresas para estabelecer operações em Hong Kong, bem como investir em seus negócios, disse ele em um amplo discurso de política.
A medida ocorre depois que a cidade testemunhou um êxodo maciço em meio a alguns dos controles pandêmicos mais rigorosos do mundo, que foram facilitados recentemente após mais de dois anos. Em agosto, Hong Kong registrou sua maior queda populacional desde que as autoridades começaram a acompanhar esses números em 1961.
Lee abordou o declínio recorde na quarta-feira, observando: “Nos últimos dois anos, a força de trabalho local encolheu cerca de 140.000”.
“Além de nutrir e reter ativamente os talentos locais, o governo irá proativamente rastrear o mundo em busca de talentos”, acrescentou o executivo-chefe.
Lee também anunciou na quarta-feira o lançamento de uma iniciativa destinada a atrair mais trabalhadores, incluindo selecionados com altos salários e graduados das 100 melhores universidades do mundo.
Os candidatos elegíveis “receberão um passe de dois anos para explorar oportunidades em Hong Kong”, disse ele.
Isso deve ser um alívio bem-vindo para as empresas de Hong Kong, que há muito alertavam para uma “fuga de cérebros”.
Antes da recente remoção das medidas de quarentena, muitos trabalhadores expressaram frustração com as onerosas restrições de viagem da cidade, que em um ponto exigiam até 21 dias de quarentena em hotéis.
As medidas prejudicaram a economia da cidade e levaram muitas empresas multinacionais e expatriados a mudar – ou considerar se mudar – para outro lugar.
Hong Kong é a base asiática de muitas empresas multinacionais, incluindo os principais bancos e empresas financeiras. A ex-colônia britânica tem sido tradicionalmente vista como uma porta de entrada internacional amigável para a China continental.
Nos últimos anos, sua reputação de abertura e facilidade de fazer negócios caiu, enquanto o hub rival Singapura correu na frente.
Hong Kong está trabalhando para mudar essa percepção, intensificando os esforços para reconstruir seu status como um centro global de negócios e financeiro.
No próximo mês, as autoridades da cidade receberão alguns dos principais executivos de Wall Street para uma tão esperada cúpula financeira. David Solomon, CEO da Goldman Sachs, James Gorman, CEO da Morgan Stanley, Bill Winters, CEO do Standard Chartered, e Noel Quinn, CEO do HSBC, estão entre os que estão programados para participar.
Fonte: CNN Brasil