Hospital Municipal fecha 2024 com 1.150 cirurgias bariátricas realizadas em quatro anos

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O Hospital Municipal de Salvador (HMS), em Boca da Mata, chega ao fim de 2024 com um total de 1.150 cirurgias bariátricas promovidas desde outubro de 2020, quando foi iniciado o serviço. Atualmente, a unidade de saúde é responsável pela realização de até 40 procedimentos mensais, totalizando 480 anuais. Até o ano de 2023, eram realizadas, em média, 20 cirurgias por mês na unidade. Além da perda de peso, o procedimento ajuda o paciente no combate a enfermidades associadas à obesidade, como hipertensão, diabetes, doenças motoras e cardiovasculares.

Ao procurar a unidade, o paciente é atendido por uma equipe multidisciplinar, com nutricionistas, psicólogos, endocrinologistas e cirurgiões. Após a cirurgia, todos os pacientes são acompanhados durante 18 meses pelos profissionais. Ao entrar no programa, são realizadas consultas presenciais com cada um dos especialistas, em seguida consultas on-line até o paciente estar preparado para a cirurgia.

Em seguida, retornam às consultas presenciais e, a partir daí, é agendado o procedimento, que é seguido de acompanhamento pela equipe após a cirurgia nos próximos 10 dias, 30 dias, 90 dias, 6 meses, 12 meses, 17 meses e, em alguns casos, até 24 meses. Neste período, todos os exames e procedimentos são realizados no próprio HMS, bem como as consultas clínicas do pós-operatório, para acompanhar a evolução deste paciente e o controle da obesidade e dos eventuais distúrbios.

De acordo com o cirurgião Creilson de Campos, responsável pelo o Serviço de Cirurgia Bariátrica do HMS, a obesidade está relacionada a diversas outras doenças, como hipertensão, diabetes, doenças no fígado, colesterol elevado, apneia do sono, vasos policísticos e problemas motores, dentre outros. “Perder peso ajuda no controle dessas doenças, além de prevenir problemas cardiovasculares, infertilidade, artroses, e assim por diante”, explica.

Estão aptos para a realização da cirurgia pacientes que se enquadram nos critérios definidos pelo Conselho Federal de Médico, Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Os candidatos precisam apresentar Índice de Massa Corpórea (IMC), que é o cálculo do peso dividido pela altura ao quadrado. Para admissão no processo de cirurgia, o paciente precisa ter esse IMC acima de 35, e que possuam doenças associadas à obesidade. Ou pacientes com IMC acima de 40, mesmo sem doenças associadas à obesidade.

Melhorias

O ano de 2024 foi marcado pelo aumento do número de cirurgias bariátricas no HMS, saindo de 20 pacientes mensais para 40 procedimentos por mês. “Isso é um grande benefício. Existe uma fila grande de pacientes em busca desse tipo de procedimento, até porque na Bahia esse é o serviço mais procurado. É um preparo que leva de 4 a 5 meses para chegar no dia da cirurgia. Então, é preciso estruturar todo esse sistema de especialidades envolvidas, para atender um número ainda maior de pacientes. Hoje, nosso tempo de espera é de até dois meses”, explica o cirurgião.

A secretária Érika Sousa, de 47 anos, pesava 108 quilos e teve o procedimento recomendado pelo ortopedista, devido a problemas de mobilidade em decorrência de uma artrose. Ela chegou ao HMS com obesidade grau 3 e IMC de 39, e ressalta que, mesmo sendo corredora há anos, o problema chegou e acabou atrapalhando a rotina.

“Já havia feito todo tipo de procedimento para a melhoria da artrose. Eu tinha duas escolhas: ou fazia a cirurgia, ou operava o joelho. Porém, não tinha sentido operar e continuar com sobrepeso, afetando a articulação. Então, optei pelo procedimento, tinha uma meta de perda de peso, a cirurgia foi realizada com sucesso e aconteceu tudo muito rápido. Hoje tenho 33 quilos a menos e IMC de 29, que ainda indica algum sobrepeso. Já retornei às corridas de rua e me sinto bem melhor. A bariátrica pode salvar vidas e me proporcionou a realizar tudo que o sobrepeso havia me limitado”, relata.

Fonte: Portal Saúde News / Foto: Divulgação

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