ICMBIO aprova plano de manejo espeleológico de Grutas turísticas na Chapada Diamantina

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Por Ronne Oliveira

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) publicou no último dia 11, duas portarias de planejamento importantes para a Chapada Diamantina: a Gruta do Lapão, localizada ao norte do município de Lençóis, e a Gruta do Castelo, situada no Vale do Pati, em Mucugê.

As grutas do Lapão e do Castelo são destinos turísticos de grande relevância na Chapada Diamantina. A elaboração de um plano de manejo visa garantir a conservação de suas características ambientais e espeleológicas, conciliando a preservação com o turismo sustentável.

Segundo as portarias, essa iniciativa faz parte de um esforço mais amplo do ICMBio para proteger o patrimônio natural do Brasil. A medida entra em vigor a partir da data de sua publicação no Diário Oficial da União.

O presidente do ICMBio, Mauro Oliveira Pires, que assinou as portarias, reforçou a importância de seguir as orientações do plano para garantir a sustentabilidade das atividades espeleológicas na região.

Portaria n.° 2786 sobre a Gruta do Lapão | Foto: Reprodução / Bahia Notícias

A Gruta do Lapão, uma das maiores cavernas em arenito do Brasil, oferece uma experiência única aos exploradores. Sua formação geológica complexa, resultado de milhões de anos de erosão e sedimentação, divide a caverna em diversos setores, cada um com características distintas.

Em entrevista ao Bahia Notícias, Max Fário, morador da região desde 2003 e atendente de um hotel próximo à Gruta do Lapão, destacou a importância do turismo para a economia local. “Daqui saem os principais passeios para a região. São tantos que é impossível ver tudo de uma vez. Sempre sobra algo para um retorno futuro”, explica.

Interior da Gruta do Lapão para fora durante trilha com guia local | Foto: Reprodução / Bruno Helder

Para o guia Bruno Helder, em entrevista ao Bahia Notícias, a trilha de 11 km de Lençóis até a Gruta do Lapão não é de grande dificuldade: “Fica perto da minha casa, uns 30 minutinhos. Moro a 6 km de Lençóis. A Gruta do Lapão é formada por quartzo e ferro, por isso não é comum ver no interior formação de estalactites e estalagmites, mas ainda assim ela é repleta de beleza.”

Gisberg Barbosa, moradora de Lençóis há 3 anos, ressalta a importância de contratar guias especializados para explorar a Chapada Diamantina: “É essencial perguntar se a pessoa quer um ponto turístico específico, sempre pergunto. A região é muito rica em rochas e é necessário ter conhecimento para explorá-la com segurança.”

Portaria n° 2785 sobre a Gruta do Castelo | Foto: Reprodução / Bahia Notícias

A região é muito repleta de um rico solo rochoso, e, para Gilseberg, é necessário sempre contatar a pessoa certa para andar na região. “Gosto de indicar uma guia e bióloga, é uma experiência muito rica andar pelo Parque local”, brinca a moradora local.

Já a Gruta do Castelo, no Vale do Pati, é outro destino popular. Com um salão de 20 por 25 metros e altura de 9 metros, a gruta oferece um visual imponente. No entanto, o acesso é mais desafiador devido ao piso inclinado e às pedras soltas na zona de penumbra. O principal ponto de partida para a trilha é a Vila de Guiné, na costa do Morro do Castelo, a cerca de 10 km da gruta.

Cidades como AndaraíItaberaba, PalmeirasLençóisMucugê e Ibicoara dependem significativamente do turismo. A preservação das atrações naturais, como as grutas, é fundamental para garantir a sustentabilidade econômica e ambiental da região.

Ao longo da trilha de 12 km, são paradas estratégicas para apreciar a vista das montanhas e relaxar em banhos no rio Pati.

Segundo Rafael Vivela, guia local a maioria do percurso é tranquila, com trechos em pedras que exigem um pouco mais de atenção. É importante lembrar que a trilha pode ficar escorregadia em dias de chuva, por isso, redobre a cautela em todos os momentos. Contudo, a trilha exige um preparo físico adequado e tempo disponível para desfrutar plenamente da experiência.

Interior da Gruta do Castelo, vista de dentro para fora a ‘Entrada do Rei’ | Foto: Reprodução / Redes Sociais

A Gruta do Castelo, no Vale do Pati, por exemplo, recebe centenas de turistas anualmente, atraídos pela beleza da região. Formada por um salão de 20 por 25 metros e altura de 9 metros, a gruta abriga a chamada ‘Entrada do Rei’.

O piso da gruta é inclinado e a presença de muitas pedras soltas e instáveis na zona de penumbra tornam o acesso mais desafiador. O principal ponto de partida para a trilha é a Vila de Guiné, na costa do Morro do Castelo, a cerca de 10 km da gruta.

Tamanho das rochas e teto da entrada da Gruta do Lapão | Foto: Reprodução / Bruno Helder

Para o guia Bruno Helder, acidentes nesses locais são bem difíceis: “Não, nunca ocorreu, o que mais acontece é a galera que vai por aplicativo de localização, e como na gruta não pega sinal de satélite, e por ser muito escuro, a galera acaba se perdendo”, alerta o morador de Barro Branco.

De uma forma ou outra, a Chapada Diamantina, com suas grutas fascinantes como a do Lapão e do Castelo, convida os visitantes a uma aventura inesquecível. Com um manejo adequado nesses pontos turísticos, os moradores podem garantir a sustentabilidade de suas atividades, contribuindo para a preservação do patrimônio natural e o desenvolvimento da região.

Fonte: BN / Foto: Reprodução / Bahia Notícias / Bruno Helder


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