Por Milena Vogado
Casos cada vez mais frequentes de reinfecção pelo coronavírus mostram permanência do vírus em nossas vidas
Ainda no primeiro ano de pandemia foram registrados os primeiros casos de reinfecção pelo coronavírus, algo que era apenas uma possibilidade no início de 2020 e se tornou uma realidade cotidiana.
O médico infectologista Dr. Bernardo Almeida, mestre em doenças infecciosas pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), explica que a proteção gerada por uma infecção não é completa, portanto há sempre a chance de reinfecção. “Essa chance é crescente ao longo do tempo, visto que a imunidade cai progressivamente. A entrada de novas variantes acelera o processo”, declara.
As vacinas podem impedir as reinfecções?
As vacinas que temos hoje não impedem sozinhas a contaminação, mas são eficientes na prevenção das complicações da infecção, como hospitalizações e óbitos. De acordo com o Dr. Bernardo, essa eficácia é resiliente ao longo do tempo. “Mesmo com o aumento nas chances de reinfecção, a chance de hospitalização e óbito é reduzida significativamente com a vacinação”, esclarece.
Segundo o infectologista, indivíduos que não tomaram a vacina ou não possuem o esquema vacinal completo possuem maior chance de reinfecção pelo coronavírus, apesar da infecção prévia isoladamente também conferir proteção.
Como evitar a reinfecção pelo coronavírus?
O médico expõe que o afrouxamento dos protocolos de segurança contribui para o surgimento de reinfecções, já que “a elevação no número de interações e o não uso de máscaras está atrelado a aumento da transmissibilidade”.
De acordo com o infectologista, algumas formas de se evitar a reinfecção são:
- Estar em dia com a vacinação contra a Covid-19;
- Evitar o contato com indivíduos com infecção (ou suspeita).
- Utilizar máscaras eficientes (cirúrgicas, PFF2 ou superior), principalmente por indivíduos vulneráveis (idosos, gestantes, portadores de comorbidades), especialmente em situações de alto risco como ambientes fechados, pouco ventilados e com muitas pessoas.
O Dr. Bernardo afirma ainda que não é possível prever quantas vezes um indivíduo pode ser infectado pelo coronavírus, já que a queda da imunidade é algo contínuo, assim como o surgimento de novas variantes. “A tendência é que a Covid-19 se transforme em algo como o influenza, que é possível contrair várias vezes”, complementa.
A permanência do vírus
“Precisamos aprender a lidar com a circulação contínua do vírus, como se faz com os outros vírus”, destaca o infectologista. “Como ainda há repercussões significativas, eventualmente poderá ser necessária a reintrodução de medidas de prevenção em períodos de picos. Espera-se que, com a queda da gravidade dos casos, cheguemos ao ponto de que tais medidas sejam cada vez menos necessárias”, finaliza.
Fonte: Dr. Bernardo Almeida