FRANKFURT (Reuters) – A inflação na zona do euro voltou a desacelerar em junho com a queda do custo do combustível, mais do que compensando a aceleração dos preços dos serviços, mostrou uma leitura preliminar nesta sexta-feira.
Os dados não devem influenciar o Banco Central Europeu, que indicou um nono aumento consecutivo de juros para julho e está de olho em um também em setembro.
A inflação nos 20 países que usam o euro caiu para 5,5% este mês na base anual, ante 6,1% em maio, marcando sua sétima queda nos últimos oito meses, com a Alemanha sendo o único país a registrar um aumento, mostrou a estimativa preliminar da Eurostat.
“A inflação ainda é alta e persistente, mas o ímpeto está moderando”, disse Frederik Ducrozet, chefe de pesquisa macroeconômica da Pictet Wealth Management.
Mas o núcleo da inflação, que exclui energia e alimentos e que as autoridades do BCE veem como um melhor indicador da tendência subjacente, recuou apenas de 6,9% para 6,8% – longe da queda sustentada que o banco central deseja ver.
“O núcleo provavelmente permanecerá bem acima da marca de 5% nos próximos meses, o que (exigirá) novos aumentos de juros pelo BCE”, disse Ulrike Kastens, economista para a Europa do DWS.
Os serviços foram a única categoria em que o crescimento dos preços aumentou – de 5,0% para 5,4% – demonstrando a resiliência contínua dos consumidores diante de custos de empréstimos mais altos, em grande parte graças a um mercado de trabalho forte .
A taxa de desemprego da zona do euro permaneceu em uma mínima histórica de 6,5% em maio, informou a Eurostat separadamente nesta sexta-feira.
O BCE elevou as taxas de juros para o nível mais alto em 22 anos neste mês, prevendo que a inflação permanecerá acima da meta de 2% até o final de 2025.
(Reportagem de Francesco Canepa)
Fonte: Reuters