Uma multidão de jovens invadiu as casas noturnas da Inglaterra nas primeiras horas da madrugada desta segunda (19) para comemorar o fim da maioria das restrições contra a Covid-19 no país, no que tem sido chamado pelos ingleses de “dia da liberdade”.
Apesar da euforia, o Reino Unido enfrenta o pior momento da pandemia desde janeiro, com o número de novos casos diários de contaminação pela doença voltando ao patamar de 50 mil, o maior índice de contágios diários da Europa. Previsões estimam que os números de novos casos pode chegar a 100 mil ao longo do verão.
O número de mortes, porém, permanece em menos de 40 por dia, ainda muito abaixo das mais de 1.000 que o país registrou diariamente em janeiro.
A abertura das casas noturnas, fechadas desde março do ano passado, foi a última etapa de um desconfinamento progressivo, inicialmente prevista para o dia 21 de junho, mas adiada devido ao forte aumento de casos da nova variante Delta do coronavírus
A partir de agora, salas de espetáculos e estádios também podem reabrir as portas com plena capacidade. Além disso, o distanciamento social e o uso de máscara não são mais obrigatórios, embora continuem sendo recomendados nos transportes e nos estabelecimentos comerciais.
O primeiro ministro britânico, Boris Johnson, iniciou a nova etapa estando ele próprio em isolamento, depois de ter tido contato com o ministro da Saúde, Sajid Javid, que teve o diagnóstico confirmado da doença. O teste do premiê, no entanto, até agora deu negativo.
Ele se limitou a pedir “prudência” e ignorou as solicitações de um grupo de cientistas internacionais que afirmaram que a reabertura neste momento pode “minar os esforços de controle da pandemia não apenas no Reino Unido, mas também em outros países”.
O governo aconselhou que as casas noturnas e os espaços que reúnam multidões condicionem a entrada do público a um teste negativo de Covid ou um certificado de vacinação, mas neste primeiro dia a recomendação não foi seguida.
No entanto, a partir do fim de setembro, quando todos os maiores de 18 anos terão tido a chance de tomar a segunda dose da vacina anti-Covid, somente pessoas que estiverem imunizadas com as duas doses poderão entrar nesses locais, anunciou Johnson.
A medida é uma tentativa de incentivar a vacinação entre os mais jovens. Apesar de ter conseguido imunizar completamente quase 70% da população adulta, o Reino Unido ainda tem 35% das pessoas entre 18 e 30 anos não imunizadas. Lugares fechados e cheios são os que mais favorecem o contágio.
Desde a meia-noite, quando as restrições foram suspensas, a madrugada foi agitada na capital inglesa. “Eu não podia dançar fazia uma eternidade”, disse Georgia Pike, 31, em uma festa em Londres. “Quero dançar, quero ouvir música ao vivo, quero a energia de estar em um show, cercada de gente.”
Também houve quem tivesse receio da reabertura. “Estou muito empolgado, mas ao mesmo tempo tenho a sensação de que a desgraça é iminente”, disse Gat Cartmill, 26.
Fonte: noticiasaominuto