Acessório conta com QRCode que informa o tipo de condição de quem o utiliza e a forma como gostaria de ser tratado
Primeiro de sua família a cursar universidade pública, Lucas Manso Xavier, 24 anos, foi o vencedor na categoria “inovação” de um fórum internacional de empreendedorismo, com o projeto de uma pulseira para pessoas com deficiência intelectual.
Xavier e sua equipe desenvolveram a ideia em dez horas durante o Fórum Internacional de Empreendedores do México deste ano, o maior da América Latina.
Com a delegação brasileira, ele também ficou em terceiro lugar na categoria de “melhor apresentação cultural da minha terra”, apesar de não falar espanhol.
Morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o jovem é ex-aluno da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, que pertence à Fatec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), e se inspirou na história de duas tias, que já morreram, para desenvolver a ideia.
Por meio de um QRCode, a pulseira funcionaria como um cartão que explicaria um pouco mais sobre a condição de quem a utiliza, qual é sua deficiência e como essa pessoa gostaria ou não de ser tratada.
A pulseira utilizaria a tecnologia NFC (Near Field Communications), que permite que dois dispositivos troquem dados por aproximação sem necessitar de bateria nem conexão com a internet.
“No momento em que estava construindo o projeto, pensei nos olhares que as pessoas davam para a minha tia Patricia, muitas vezes por não entender sua deficiência ou por pena. Coisa que eu detestava”, conta o jovem. “Acredito que, se ela tivesse essa pulseira, com a tecnologia atual, seria mais fácil as pessoas terem empatia com ela.”
Xavier cursa direito na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e é assistente de projetos da ONG JA Rio de Janeiro, organização social com foco em empreendedorismo e educação financeira que facilita o ingresso no mercado de trabalho.
O estudante sonha com o dia em que o projeto vai sair do papel e virar um produto acessível.
*Sob supervisão de Vivian Masutti
Fonte: R7