Ataques aéreos no sul de Gaza deixa população da região sem ter para onde fugir
Quinta, 22 de fevereiro de 2024
Israel intensificou seus bombardeios contra Rafah, no sul de Gaza, e mais de dez pessoas de uma mesma família foram mortos em um ataque aéreo, disseram moradores, enquanto o Ministério da Saúde do arruinado enclave palestino anunciou que houve mais de 29.300 mortes na guerra até agora.
Em Jerusalém, o membro do gabinete de guerra israelense, Benny Gantz, citou “sinais iniciais promissores de progresso” por um novo acordo para libertar reféns mantidos por militantes do Hamas em Gaza, em meio a negociações conduzidas por EUA, Egito e Catar para assegurar uma pausa na guerra.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que intensificaram suas operações em Khan Younis, cidade pouco ao norte de Rafah. Não foram mencionados ataques na própria Rafah em seu resumo diário dos eventos em Gaza e não responderam aos pedidos por comentários em um primeiro momento.
Estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas estão amontoadas em Rafah, no extremo sul da Faixa, perto da fronteira com o Egito. A maioria delas fugiu de suas casas mais ao norte para escapar do ataque militar de Israel.
O fluxo de auxílio humanitário do Egito para Gaza quase secou nas últimas duas semanas e um colapso da segurança torna cada vez mais difícil distribuir a comida que consegue cruzar a fronteira, segundo dados e autoridades da ONU.
Israel afirmou que está preparando um ataque terrestre contra Rafah, apesar da oposição internacional, inclusive dos EUA, por temerem mortes de civis.
Moradores de Rafah procurados por mensagens de texto relataram vários ataques aéreos israelenses e grandes explosões na cidade, além de navios abrindo fogo em áreas à beira-mar.
Jornalistas de vídeo da Reuters filmaram a repercussão do ataque contra a casa da família Al-Noor, em Rafah, que foi reduzida a escombros, mostrando mais de uma dúzia de cadáveres envoltos em mortalhas brancas ou pretas e parentes enlutados em um hospital de Rafah.
Abdulrahman Juma disse que sua esposa Noor, que era da família Al-Noor, e sua filha de um ano Kinza foram mortas no ataque, junto com os pais de Noor, irmão e outros parentes.
Juma estava segurando o corpo de Kinza, envolto em uma mortalha branca ensanguentada. “Essa, aqui no meu colo, levou minha alma embora… Ela tinha um ano e meio”, disse.
Israel afirma que militantes do Hamas usam prédios civis para se proteger, o que o grupo islâmico nega.
O Ministério da Saúde de Gaza disse nesta quarta-feira que 69.333 pessoas foram feridas em Gaza desde o começo da guerra em 7 de outubro, além das 29.313 mortes, com 118 fatalidades nas últimas 24 horas.
A guerra foi desencadeada por militantes do Hamas que invadiram a fronteira sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e tomando 253 reféns, de acordo com as contagens israelenses.
Fonte: CNN/ Palestino carrega corpo de sua filha, morta em um ataque israelense, no hospital Abu Yousef Al-Najjar, em Rafah 21/02/2024REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa Da Reuters