Joaci Fonseca de Góes, conhecido como Joaci Góes, é uma figura ilustre nascida no coração da Bahia, na fazenda São Bento, no município de Ipirá, em 25 de agosto de 1938. Filho de Mariana Fonseca de Góes e João de Souza Góes, Joaci é o quinto de uma prole que cresceu imersa nas tradições e valores do sertão baiano. Sua educação inicial ocorreu nos arraiais de Ponto Alegre e Pau Ferro, locais que certamente moldaram suas primeiras impressões do mundo. Aos onze anos, Joaci mudou-se para Salvador, onde continuou sua trajetória acadêmica, cursando o ginasial no Colégio Severino Vieira e o colegial no Colégio Central.
A vida acadêmica de Joaci Góes se consolidou com a graduação pela Escola de Direito da Universidade Federal da Bahia, uma instituição renomada, então sob a direção do jurista Orlando Gomes. Este encontro foi decisivo na vida de Joaci, pois além de adquirir uma formação de excelência, ele também ganhou um amigo e mentor em Orlando Gomes, uma das figuras mais respeitadas do direito brasileiro.
Na vida pessoal, Joaci Góes é casado com Lídice Ferraz de Góes, com quem teve dois filhos: Joaci Filho, que seguiu carreira como empresário, e Alex, que se destacou como cantor e compositor. A família ainda se expandiu com os netos gêmeos, Daniel e Maria Eduarda, frutos do casamento de Joaci Filho com Gabriela Mueller de Góes. A história de Joaci Góes é marcada por uma rica combinação de raízes sertanejas e realizações acadêmicas, refletindo a trajetória de um homem que, desde os campos de Ipirá, alcançou destaque e respeito em sua área de atuação.
Sob a supervisão do seu pai, o velho Gozinho, e a liderança de seus irmãos mais velhos, Joilson e Jeferson, Joaci Góes participou, juntamente com Julival, um ano mais velho, da fundação da Construtora Góes em 1959. O objetivo era modernizar e ampliar as atividades de abrir estradas, iniciadas pelo patriarca desde 1932, após Lampião, à guisa de Robin Hood, distribuir com a população de Olindina todo o estoque da loja de sua propriedade.
Diante da impossibilidade de conciliar a vocação acadêmica com as absorventes atividades empresariais, Joaci optou pelo mundo dos negócios. Contudo, ele sempre dedicou suas horas de lazer à leitura, o que levou a uma dualidade vocacional. Assim, alguns o consideram um intelectual-empresário, enquanto outros o veem como um empresário-intelectual. Seu desempenho à frente do grupo Góes-Cohabita é amplamente reconhecido. Este grupo, integrado por atividades diversas como financeiras, construção de edifícios, estradas e obras especiais, agrícolas, industriais, imobiliárias, produtoras de energia e de comunicação, como a TV Aratu e o jornal Tribuna da Bahia, mostra a amplitude de sua atuação empresarial. Entre suas realizações, destaca-se a FACDESCO – Faculdades do Descobrimento, instalada em Cabrália e Porto Seguro.
Em 1986, Joaci foi eleito para a Assembleia Nacional Constituinte. Após a promulgação da nova Constituição em 1988, foi designado Relator do Código de Defesa do Consumidor, diploma legal que entrou em vigor em março de 1991. Além de sua carreira empresarial e política, Joaci é conferencista, orador e articulista, tendo publicado ensaios como “A Inveja nossa de cada dia” (2001), “Anatomia do ódio” (2004) e “A força da vocação para o desenvolvimento das pessoas e dos povos” (2009). Ele assina uma coluna semanal no jornal Tribuna da Bahia, é comentarista da Rádio Metrópole e consultor educacional das Obras Sociais Irmã Dulce. Em 24 de setembro de 2009, tomou posse na cadeira nº 7 da Academia de Letras da Bahia, em substituição a Pedro Moacir Maia, além de ser sócio efetivo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, diretor da Associação Comercial da Bahia e sócio do Instituto Genealógico da Bahia.
Confira a entrevista do nosso homenageado ao Canal Multiálogos / Foto: Reprodução / Facebook