Sexta, 14 de maio de 2021
A partida entre América de Cali e Atlético-MG, válida pela quarta rodada do grupo H da Conmebol Libertadores, nesta quinta-feira, ficará marcada. Isso porque, por conta dos protestos contra o governo colombiano que acontecem há mais de duas semanas, o jogo foi pausado em cinco ocasiões para a recuperação dos atletas, que sentiram o efeito do forte gás lacrimogêneo que era disparado pela polícia do outro lado do muro.
Dentro das quatro linhas e entre uma pausa e outra, o Galo venceu o América de Cali por 3 a 1, em Barranquilla com gols de Hulk, aos 21 minutos do primeiro tempo, Arana, aos 9 do segundo, e Vargas já nos acréscimos. Os colombianos chegaram a empatar aos 24 da etapa inicial, com Moreno, mas viram o Atlético marcar mais dois gols.
O resultado deixa o Atlético-MG com 10 pontos na liderança do grupo H e faz com que o time mineiro já se classifique às oitavas de final após apenas quatro rodadas. Isso porque ele não pode mais ser alcançado por La Guaira (3 pontos) e América de Cali (1 ponto). O Cerro Porteño, próximo adversário do Galo na competição, tem 7 pontos.
Primeiro tempo pausado quatro vezes
Sentindo os efeitos de gás lacrimogêneo do lado externo do estádio em Barranquilla, por conta dos protestos que acontecem ao longo da Colômbia contra o governo local, os jogadores obrigaram a arbitragem a parar o jogo por quatro vezes na etapa inicial.
Na transmissão do Fox Sports, era possível ouvir bombas do lado de fora do estádio, utilizadas pela polícia para conter os manifestantes.
As pausas mais longas foram aos 27 e aos 38 do primeiro tempo. Nesta última, foram cerca de 10 minutos de interrupção.
Nesta pausa aos 38 minutos, os atletas até saíram de campo e foram para os vestiários.
Ponto negativo: o árbitro
O árbitro Andrés Cunha, após essa pausa aos 38 minutos, conversou com os capitães e retomou o confronto até o fim do primeiro tempo. Mas novamente a partida foi parada por conta das condições dos atletas até uma nova retomada depois de mais de uma hora com o relógio do confronto rolando.
Nessa última retomada, os atletas do América de Cali ficaram apenas tocando a bola de um lado para outro para gastar tempo, enquanto os jogadores do Galo ficaram parados.
Com o poder de interromper a partida devido às condições, o árbitro uruguaio certamente é o ponto negativo do jogo.
Protestos diminuem, mas atletas seguiram sentindo
Depois do fim da etapa inicial, os jogadores retornaram a campo normalmente para o início do segundo tempo. Porém, com os protestos ao lado do estádio já ocorrendo de forma mais contida.
Ainda assim, os efeitos foram sentidos pelos atletas e em algumas ocasiões foram necessárias mais pausas, só que breves, para a recuperação dos mesmos.
Os protestos
Há duas semanas os protestos contra a reforma tributária proposta pelo presidente Ivan Duque têm causado o caos na Colômbia.
As manifestações acontecem ao longo do país e, devido às ruas e vias de acesso bloqueadas, gerarem até escassez de alimentos no país sul-americano.
Já são mais de 40 mortos por conta dos protestos nas ruas. Como resultado das manifestações, o ministro da Economia do país renunciou.
O Governo alega que a oposição, com grupos liderados pelos dissidentes das Farc, são responsáveis pelos protestos.
Próximos jogos
O Galo volta a campo já no domingo, no Mineirão, para o primeiro jogo da final do Estadual contra o América-MG. E na quarta-feira, o Atlético viaja até o Paraguai para enfrentar o Cerro Porteño.
Ficha técnica
América de Cali 1 x 2 Atlético-MG
GOLS: Atlético: Hulk e Arana; América: Moreno
AMÉRICA DE CALI: Graterol; Arrieta, Kevin Andrade, Ortiz, Héctor Quiñónes; Paz, Carrascal, Cabrera, Moreno (Sanchez), Ramos, Vergara (Rodriguez) Técnico: Juan Cruz Real
ATLÉTICO-MG: Everson; Guga, Rabello, Júnior Alonso e Guilherme Arana; Jair (Réver), Tchê Tchê e Nacho Fernández (Dodo); Savarino (Vargas), Keno (Tardelli) e Hulk (Alan) Técnico: Cuca
Fonte: ESPN Brasil