Shutterstock

Líderes europeus vão anunciar pacote de sanções mais duras à Rússia

Mundo

No início da tarde desta quinta-feira (24/2), o chefe da delegação da União Europeia (UE) no Brasil, Ignácio Ibañez, fez um pronunciamento sobre a escalada dos ataques russos à Ucrânia, que tiveram início no início na manhã desta quinta, e prestou solidariedade ao país do leste europeu.

Em frente à embaixada da Ucrânia, localizada na QI 5 do Lago Sul, também informou que os líderes dos conselhos europeus vão se reunir, às 16h do horário de Brasília, para avaliar a situação dos ataques e que podem anunciar um novo pacote de sanções mais fortes à Rússia após o encontro.

Segundo o representante europeu, a UE já adotou uma série de sanções em retaliação à investida russa no leste europeu.

“A UE adotou um pacote de sanções individuais contra pessoas que tem contribuído com este reconhecimento [militar russo]. Também baixou restrições contra entidades, sobretudo do setor financeiro ─ bancos e entidades financeiras estão proibidas de operar no mercado financeiro”, informa.

O comunicado de Ibañez foi confirmado pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Ele discutiu com a União Europeia, um novo pacote de sanções à Rússia. Segundo o líder do Executivo ucraniano, todos os detalhes foram acertados com o presidente francês, Emmanuel Macron. Ele demanda que a “desconexão” da Rússia com a Swift (órgão que processa transações financeira entre países) seja “rápida”, que seja introduzida uma zona “sem-voo” sobre a Ucrânia e outras medidas “efetivas” que possam parar o país agressor.

Ainda durante o breve comunicado, Ibañez também manifestou solidariedade à Ucrânia e reforçou que e UE está se aproximando de parceiros internacionais em busca de apoio. “Também estamos nos aproximando de nossos parceiros, como os EUA, e queremos fazer isso também com o Brasil. O país é membro do conselho de Segurança da ONU e esperamos também dele uma resposta nesta mesma direção”, admite.

“A UE está fazendo um chamado urgente, claro e forte para a Rússia retirar suas forças militares da região e deixar de atacar a Ucrânia. Esperamos que as decisões que a UE e outros parceiros internacionais irão adotar sirvam para que o país russo volte atrás e não siga nesta linha de ataque”, declara.

Ataques Russos

A Ucrânia afirma ter sofrido ao menos 203 ataques russos desde o início da invasão, na manhã desta quinta-feira (24/2). As informações foram divulgadas pelo Ministério de Defesa do país. As autoridades de segurança ucranianas garantem que há combates em quase todo o território e que os confrontos militares são intensos. No início da manhã, soldados russos teriam sido feitos prisioneiros.

Rompimento de relações entre os dois países

Ainda na manhã desta quinta, o ministro de relações exteriores ucraniano reforçou que o presidente russo, Vladimir Putin, colocou a Europa em seu momento mais “obscuro” desde 1939. E pede ajuda financeira e militar para a Ucrânia. Os dois países também cortaram relações diplomáticas.

Horas após o início das operações militares no leste da Ucrânia, determinadas pelo presidente russo, Vladimir Putin, uma segunda onda de mísseis, de acordo com um assessor próximo o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, teria atingido a Ucrânia. O governo ucraniano fala em oito mortos e diz que está respondendo aos ataques. Afirmou que 50 soldados russos foram mortos nos combates e seis aviões acabaram derrubados.

O Itamaraty se manifestou, no fim da manhã desta quinta-feira (24/2), sobre a invasão russa à Ucrânia. Segundo o comunicado, o Brasil acompanha “com grave preocupação” a deflagração das operações militares pela Rússia contra o país vizinho e pede “suspensão imediata das hostilidades” na região. Veja comunicado na íntegra:

Ministério das Relações Exteriores
Departamento de Comunicação Social

Nota nº 30
24 de fevereiro de 2022

Situação na Ucrânia

O Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.

O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.

Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias.

Nota nº 31
24 de fevereiro de 2022

Brasileiros na Ucrânia

A Embaixada do Brasil em Kiev permanece aberta e dedicada, com prioridade, desde o agravamento das tensões, à proteção dos cerca de 500 cidadãos brasileiros na Ucrânia. A Embaixada vem renovando o cadastramento dos brasileiros e tem-lhes transmitido orientações, por meio de mensagens em seu site (kiev.itamaraty.gov.br), em sua página no Facebook (https://www.facebook.com/Brasil.Ukraine) e em grupo do aplicativo Telegram (https://t.me/s/embaixadabrasilkiev).

Solicita-se aos cidadãos brasileiros em território ucraniano, em particular aos que se encontrem no leste do país e outras regiões em condições de conflito, que mantenham contato diário com a Embaixada. Caso necessitem de auxílio para deixar a Ucrânia, devem seguir as orientações da Embaixada e, no caso dos residentes no leste, deslocar-se para Kiev assim que as condições de segurança o permitam.

O Itamaraty disponibiliza, ainda, para casos de emergência consular de brasileiros na Ucrânia e seus familiares, o número de telefone de plantão consular +55 61 98260-0610.

Fonte: Metrópoles