Livro mostra como a arte moderna se institucionalizou no Brasil

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Resultado de dois anos de pesquisas, obra será lançada em evento on-line gratuito nesta sexta-feira, dia 10, às 19 horas

O livro digital Institucionalização da Arte Moderna Brasileira – Exposições dos Anos 1930 às Primeiras Bienais será lançado nesta sexta-feira, dia 10, às 19 horas, durante evento on-line gratuito. Com 18 capítulos, a obra aborda as exposições nacionais e internacionais de arte moderna no Brasil desde 1931, data do Salão Nacional da Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro, até 1955, quando foi realizada a 3ª Bienal de São Paulo. Para participar do lançamento, é preciso fazer inscrição na plataforma Sympla, através deste link. O link para acesso ao livro será divulgado no evento de lançamento.

Organizado pelo pesquisador Fábio do Vale, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (Prolam) da USP, o livro é resultado de dois anos de atividades do Grupo de Pesquisa Recepção Estética e Crítica de Arte da USP, coordenado pela professora Lisbeth Rebollo Gonçalves. Formado por alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado e ex-orientandos de Lisbeth, esse grupo se reuniu quinzenalmente, entre 2021 e 2023, para discutir os temas que agora são reproduzidos na forma de artigos. “O foco do trabalho do grupo de pesquisa são as exposições de arte moderna acontecidas entre 1930 e as primeiras Bienais de São Paulo, considerando-se a presença da crítica presente na época”, afirma a professora Lisbeth na apresentação do livro. “Trata-se de um período ainda relativamente pouco estudado, no qual, entretanto, aconteceram as primeiras mostras coletivas de arte moderna brasileira abertas ao grande público e as primeiras mostras de arte moderna internacionais, tanto no Brasil como no exterior, ocorrendo, portanto, um processo de institucionalização da arte moderna brasileira.”

A professora Lisbeth Rebollo Gonçalves – Foto: Francisco Emollo/USP Imagens

As pesquisas que resultaram no livro foram feitas principalmente nos arquivos do jornal O Estado de S. Paulo, que de 1956 a 1966 publicou o Suplemento Literário. Nesse caderno de cultura foram publicados os ensaios do crítico de arte Paulo Mendes de Almeida, depois reunidos no livro De Anita ao Museu, uma das principais referências dos autores de Institucionalização da Arte Moderna Brasileira. Outras fontes também foram consultadas. “Os pesquisadores do grupo de estudos coligiram documentos como catálogos e críticas na grande imprensa ou em revistas especializadas da época”, informa Lisbeth. “Com base nessa documentação, discorreu-se sobre: o Salão de 1931, organizado quando Lucio Costa era diretor da Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro; as mostras que tiveram lugar em São Paulo, como os Salões de Maio, da Família Artística Paulista e do Sindicato dos Artistas Plásticos; a Exposição de Arte Moderna de 1944, em Belo Horizonte; a mostra do Centro Psiquiátrico Nacional, organizada por Nise da Silveira; a exposição Do Figurativismo ao Abstracionismo, que inaugurou o Museu de Arte Moderna de São Paulo; e as três primeiras Bienais e sua repercussão crítica”.

Para a professora, retomar a reflexão sobre a arte brasileira nas décadas de 1930 e 1940 – que ela estuda desde os anos 70 – constitui “um desafio da maturidade” como docente e pesquisadora. “Pareceu-me especialmente oportuno retomá-la quando, em 2022, o foco das atenções se voltou para o centenário da Semana de Arte Moderna, abrindo novas interpretações para os acontecimentos da trajetória do Modernismo na realidade brasileira”, escreve Lisbeth. “Valia a pena retomar a discussão sobre os dois decênios posteriores à semana, os quais deram lugar à institucionalização da arte moderna.”

O resultado da longa investigação dos pesquisadores sob sua orientação agradou a professora. “Nosso grupo de pesquisa deixa, para o leitor interessado em arte, um conjunto de textos que esperamos possa despertar novas indagações e estimular a pesquisa desse rico momento da história da arte e da cultura brasileira”, conclui Lisbeth.

Capa do livro Institucionalização da Arte Moderna Brasileira – Exposições dos Anos 1930 às Primeiras Bienais – Foto: Divulgação

O livro digital Institucionalização da Arte Moderna Brasileira – Exposições dos Anos 1930 às Primeiras Bienais , organizado por Fábio do Vale, será lançado nesta sexta-feira, dia 10, às 19 horas, durante o Seminário Exposições de Arte: dos Anos 1930 às Primeiras Bienais . Os interessados em participar do evento precisam se inscrever na plataforma Sympla através deste link. No lançamento do livro, será divulgado o link para acesso gratuito à íntegra da obra.

Fonte: Jornal da USP / Foto: Reproducção/bienal.org.br

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