Um lojista da cidade de Caetité causou polêmica na manhã desta quinta-feira (25), ao anunciar em seu perfil no Instagram, uma vaga de emprego aberta em sua loja de presentes, no Centro da cidade.
Na postagem, entre os requisitos para a vaga, ele colocou que queria uma funcionária que seja uma mulher que se declara de cor branca, que seja expressiva, gentil e dócil, exigências que causaram revolta nos usuários da rede.
Rapidamente, o print da postagem se espalhou e o perfil da loja começou a receber mensagens de repúdio por conta da postura de seu proprietário, considerada racista pela maior parte dos usuários da rede. Poucas horas após o ocorrido, uma postagem no Instagram da loja estava com mais de 200 comentários condenando a postura do lojista.
A mensagem foi compartilhada também por outras redes e chegou aos veículos de imprensa e ao Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité, que emitiu uma nota de repúdio contra a atitude do empresário.
No documento, o conselho repudiou “todo e qualquer ato ou ação de intolerância, discriminação, preconceito, ou quaisquer outros atos que atentem contra a honra e dignidade da pessoa humana, bem como para reafirmar o seu compromisso com a promoção da igualdade racial, zelando pela defesa do povo Caetiteense e pelo enfrentamento de toda forma de intolerância ou tentativa de supremacia racial praticada contra quem quer que seja”.
O conselho também afirmou que irá atuar frente ao caso, tomando todas a medidas legais e cabíveis para que a justiça seja feita e o culpado seja punido.
Até o momento, nem a loja, nem seu proprietário se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
Veja a nota do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial
Diante do fatídico caso de racismo, misoginia e machismo praticado por lojista da cidade de Caetité-BA, ao anunciar vaga de emprego para o seu estabelecimento em sua redes sociais, o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité, vem a público repudiar todo e qualquer ato ou ação de intolerância, discriminação, preconceito, ou quaisquer outros atos que atentem contra a honra e dignidade da pessoa humana, bem como para reafirmar o seu compromisso com a promoção da igualdade racial, zelando pela defesa do povo Caetiteense e pelo enfrentamento de toda forma de intolerância ou tentativa de supremacia racial praticada contra quem quer que seja.
O Estado Democrático de Direito não comporta esse tipo de ataque, objetivando sempre a reprovação e prevenção dos crimes, especialmente os crimes de racismo e de injúria racial, notadamente porque são crimes que atingem, direta ou indiretamente, uma coletividade indeterminada de indivíduos.
Discursos e postagens conforme veiculam nas redes sociais só reforçam a necessidade de continuarmos conclamando nossa sociedade a refletir sobre os fundamentos e os princípios que norteiam a nossa República, que vão na contramão de qualquer ato de intolerância, racismo, discriminação ou preconceito.
Este Conselho estará de pé e atuante frente ao caso supramencionado, tomando todas a medidas legais e cabíveis para que a justiça seja feita e o culpado seja punido, seremos sempre contrários às práticas discriminatórias, enfileirando-nos em defesa dos direitos constitucionalmente resguardados.
JORGE DE JESUS SANTANA PRESIDENTE DO COMPIRC
Fonte: Agência Sertão