Por Antonio Dilson Neto
Doutora Maricotinha! A cantora Maria Bethânia será laureada, em novembro, como Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará (UFC). A data da solenidade está prevista para 15 de novembro.
No dia seguinte, Bethânia se apresenta em Fortaleza, na turnê em parceria com Caetano Veloso. A homenagem faz parte das celebrações dos 70 anos da UFC e foi proposta pelo reitor da UFC, Custódio Luís Silva de Almeida.
Como é tradição na Universidade, a cerimônia deve acontecer na Concha Acústica, no Benfica.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também será diplomado pela UFC, com evento programado para acontecer ainda no mês de junho.
Bethânia também é doutora Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia desde 2016. O reitor da Universidade Federal da Bahia à época, professor João Carlos Salles, foi quem concedeu o título à cantora .
A outorga do título a Maria Bethânia foi proposta por iniciativa da Faculdade de Arquitetura e das Escolas de Belas Artes, Teatro, Dança e Música, que, nos 70 anos da UFBA, “prestaram uma homenagem à baiana que nasceu junto com a universidade é responsável pela divulgação e preservação, através de sua voz, de dois importantes patrimônios imateriais brasileiros, sua voz e sua poesia”.
Maria Bethânia
Nascida em Santo Amaro, Bahia, em 18 de junho de 1946, Maria Bethânia Vianna Teles Veloso é a sexta filha de José Teles Veloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios, e de Claudionor Viana Teles Veloso (Dona Canô).
Ao lado do irmão também famoso, o cantor e compositor Caetano Veloso, e de outros cantores proeminentes da época, participou na juventude de espetáculos teatrais e shows musicais que foram aos poucos tornando conhecida sua voz potente e singularíssima, primeiro na Bahia e, adiante, em todo o país.
Em larga medida, o primeiro salto na carreira foi assegurado quando, em 1965, substituiu a cantora Nara Leão no espetáculo Opinião, do Teatro de Arena, dirigido por Augusto Boal, no Rio de Janeiro. Sua genial interpretação de Carcará, de João do Vale, a lançou logo e com justiça no rol das grandes cantoras do país. Neste mesmo ano, mudou-se para o Rio de Janeiro e assinou contrato com a gravadora RCA e lançou seu álbum de estreia.
Em 1967, seu segundo álbum, Edu e Bethania, em parceria com Edu Lobo por proposta deste compositor, impulsionou mais sua carreira. E foi ela a idealizadora do grupo Doces Bárbaros, na qual era um dos vocais da banda que lançou um disco ao vivo homônimo junto com Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Em 1990, Bethânia comemorou 25 anos de carreira com o LP 25 Anos, cujo repertório, essencialmente brasileiro, evocava diversas culturas deste país, trazendo canções consagradas e pouco conhecidas, entre regravações e inéditas. O disco contou com a participação especial de vários cantores e músicos, dentre os quais, Alcione, João Gilberto, Egberto Gismonti, Nina Simone, Fátima Guedes, Hermeto Paschoal, Sivuca, Wagner Tiso, Toninho Horta, Jacques Morelenbaum, Jaime Além, Márcio Montarroyos, Mônica Millet e Almir Sater.
Nos seus 50 anos de carreira, celebrados em 2015, Bethânia foi a grande homenageada da 26ª edição do Prêmio da Música Brasileira, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Numa noite de gala e muita cultura, algumas das maiores vozes da MPB se reuniram para render elogios e aplausos a cantora.
Em 2016, foi homenageada pela escola de samba Mangueira, que desfilou no carnaval do Rio de Janeiro com o enredo Maria Bethânia, a menina dos olhos de Oyá. A escola foi a última a desfilar e se sagrou campeã do carnaval carioca.
Fonte: Alô alô Bahia / Foto: Reprodução/Redes sociais