Por meio dos hospitais da Rede Ebserh, estatal vinculada à pasta, acordo prevê compartilhamento de expertises em ensino, inovação e assistência para sistema de saúde da Angola
Os ministérios da Educação (MEC) — por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) —, das Relações Exteriores (MRE) e da Saúde (MS) do Brasil, junto ao Ministério da Saúde da Angola, assinaram o Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde Brasil-Angola. Coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação Internacional do MRE, o programa prevê que, ao todo, 38 mil profissionais angolanos passarão por treinamentos, especializações e capacitações no período de cinco anos.
Mediante cooperações técnicas internacionais, instituições intercambiam boas práticas, inovações e conhecimento em determinadas áreas. Na saúde, essa soma de esforços pode ser revertida na melhoria da gestão hospitalar e no atendimento ao usuário. No ensino, na pesquisa e na inovação, docentes, pesquisadores e estudantes têm contato com outras práticas e visões de mundo, por meio de experiências vivenciadas em contextos distintos, mas que podem ser utilizadas em âmbito local.
O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, ao representar o ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, declarou que a parceria propiciará aperfeiçoar a percepção de uma Ebserh que atua em rede, em cooperação. “O governo brasileiro tem um olhar importante para cooperações internacionais e, em particular, com os países africanos como a Angola. Essa tarefa foi entendida por todos nós como uma missão para cooperarmos no sentido de compartilhar responsabilidades, de colocá-la em funcionamento. Fico muito feliz de participar de todo um esforço de diversos órgãos brasileiros e angolanos em transformar esse desafio em realidade”, afirmou.
Até o momento, já foram ofertadas 3.479 vagas de 27 órgãos e entidades (dos quais 20 são unidades hospitalares vinculadas à Rede Ebserh), para que os participantes possam participar das atividades de qualificação em diversas modalidades, como fellowship, mestrado, doutorado, Master of Business Administration (MBA), capacitações e outras. Os hospitais da Rede Ebserh compartilharão suas expertises em ensino, inovação e assistência para ajudar o sistema de saúde dos africanos no enfrentamento de doenças infecciosas e epidemias, bem como de emergências sanitárias como a covid-19, o sarampo, a malária e dengue.
Para a ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade, essa cooperação internacional possui um caráter inovador. “Essa iniciativa trará impacto para a Angola, mas também para o Brasil. É um programa que tem como meta formar milhares de profissionais em saúde e tem também o objetivo de estreitar nossa rede de cooperação, estreitar nosso aprendizado comum. Passamos por problemas semelhantes de colonização, de escravização que não podemos esquecer, mas que podemos nos fortalecer com vista a um futuro mais igual, fraterno e solidário. É isso que nos fará povos mais saudáveis, nações amigas e em direção a uma cultura de paz”, salientou.
Já a ministra da Saúde da Angola, Sílvia Lutucuta, reforçou a honra e o entusiasmo por celebrar o que ela chamou de momento histórico de cooperação e parceria entre os países. “Esse momento se configura como de capital importância para o setor da saúde de Angola e do Brasil. É uma oportunidade para reforçar, fortalecer e continuar a trazer o Brasil para mais próximo de Angola, como preconizam os nossos líderes, e assim também reforçarmos a cooperação Sul-Sul. Com uma visão estratégica, desenvolvemos um programa ambicioso para especializar 38 mil profissionais de saúde em diversas áreas em poucos anos”, citou.
Participantes – Também estiveram presentes na cerimônia de assinatura de cooperação as seguintes autoridades: o embaixador Ruy Carlos Pereira, diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC); Isabela Cardoso de Matos Pinto, da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS); a embaixadora Maria Laura da Rocha, da Secretaria-Geral das Relações Exteriores; a embaixadora Mitzi Gurgel Valente da Costa, diretora-geral do Instituto Rio Branco; Márcia Abrahão, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitora da Universidade de Brasília (UnB).
Por: Ministério da Educação (MEC) / Foto: Ebserh