Alessandra defendeu a seleção brasileira de basquete como pivô por 17 temporadas, está aposentada desde 2014 e tem hoje 48 anos.
POR FOLHAPRESS – Domingo, 11 de setembro de 2022
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A ex-jogadora de basquete Alessandra, medalhista olímpica de prata em Atlanta-1996 e de bronze em Sidney-2000, além de campeã mundial na Austrália, em 1994, denunciou neste sábado (10) um caso de racismo sofrido por ela na Zona Oeste de São Paulo, no bairro do Butantã.
Em uma transmissão ao vivo de mais ou menos quatro minutos de duração no Instagram, a ex-jogadora de 48 anos disse ter sido obrigada a sair de um táxi no ponto próximo à estação de Metrô do Butantã. Alessandra relatou que estava a caminho de uma escola no bairro Jardim Colombo onde dá aulas quando se sentiu vítima de preconceito: “Tinha quatro táxis, pergunta se alguém quis me levar. Pergunta se alguém quis me levar, pergunta.”
“Sabe qual o problema do Brasil? São os brasileiros. Preconceituosos, não sabem o que você está fazendo, te julgam pela roupa que você está e pela sua cor de pele, infelizmente. Eu sofro mais racismo aqui no Brasil do que na Europa. Todo mundo fala da Ucrânia, fala da Rússia, fala não sei da onde, mas você está aqui em São Paulo do lado da estação de Metrô e você tem que falar sobre isso em 2022”, desabafou a esportista, que ainda completou:
“Tinha quatro táxis, nenhum me levou, todos fizeram de conta que eu não existia. Eu tenho 2m, pessoal, eu entrei dentro de um táxi e o cara me fez sair de dentro de um táxi. Eu estou cansada de tanta falta de empatia (…) As pessoas não respeitam. Depois falam que o Brasil é um país acolhedor, acolhedor aonde? Eu não entendo.”
Alessandra defendeu a seleção brasileira de basquete como pivô por 17 temporadas, está aposentada desde 2014 e tem hoje 48 anos. Após a carreira no basquete, ela se formou em Educação Física e começou a dar aulas.
Leia o que disse Alessandra no vídeo:
“Pessoal, quanto tempo, né? Faz tempo que eu não faço live. Estou até descabelada. Eu tive uma manhã muito maravilhosa, muito. Aí, sabe o que acontece? Estou aqui indo treino, estou no Terminal Butantã de Metrô, vou até mostrar para vocês verem o ponto de táxi que eu estou. Estou indo lá para o Colégio Santo Américo dar treino, aí você chega no ponto de táxi, esperando táxi, tinha quatro táxis, pergunta se alguém quis me levar. Pergunta se alguém quis me levar, pergunta. Sabe? Estou cansada do Brasil. Sabe qual o problema do Brasil? São os brasileiros. Preconceituosos, não sabem o que você está fazendo, te julgam pela roupa que você está e pela sua cor de pele, infelizmente. Eu sofro mais racismo aqui no Brasil do que na Europa. Todo mundo fala da Ucrânia, fala da Rússia, fala não sei da onde, mas você está aqui em São Paulo do lado da estação de Metrô e você tem que falar sobre isso em 2022. As pessoas te julgam no Brasil por quem tem mais seguidor, pela cor da sua pele, do jeito como você está vestido. Lógico, estou vestida de regata, camiseta e shorts indo dar treino, está 30 graus em São Paulo. Isso que você tem que viver todo dia, todo dia. Todo dia é essa merda, eu estou cansada de ficar no Brasil.
Tinha quatro táxis, nenhum me levou, todos fizeram de conta que eu não existia. Eu tenho 2 m, pessoal, eu entrei dentro de um táxi e o cara me fez sair de dentro de um táxi. Eu estou cansada de tanta falta de empatia (…) As pessoas não respeitam. Depois falam que o Brasil é um país acolhedor, acolhedor aonde? Eu não entendo. Deixo aqui a minha ingratidão. E se vocês forem votar votem certo porque deu já, né? Basta.”
Fonte: Notícias ao Minuto