Memórias de Abdias Nascimento, fundador do Teatro Experimental do Negro

cultura

Por Peter Lownds

Ficamos sentados por meia hora em uma mesa maior. Abdias falou sobre seu exílio voluntário. Ele estava em Nova York a negócios quando o segundo ditador militar do Brasil, o General Artur da Costa e Silva, fechou o Congresso e impôs a lei marcial.

Sentado em uma pequena mesa redonda na cafeteria George & Harry’s, em New Haven, no inverno de 1969, eu estava lendo e tomando chá quente com limão quando um casal pitoresco entrou. A mulher, alta e esguia, enrolada em cachecóis e suéteres, reclamava do frio. Minha primeira impressão do homem foi que ele era um personagem de importância histórica, como Haile Selassie. Mas foi a língua que eles falavam, suculenta e musicalmente brasileira, que me fez sair da cadeira. Eles estavam no balcão esperando para fazer o pedido quando me apresentei:

– Sou Pedro. Bem-vindos à Cidade de Elm

– Você é brasileiro?

– Por dentro, com certeza!

– Mas você é uma dádiva de Deus! Meu nome é Abdias. Essa é Isabel, minha parceira  Falo pouco inglês. Amanhã converso com alunos de teatro sobre o Brasil. Você pode servir de  intérprete para mim?

– Com prazer.

–  Oxalá seja louvado!

Ficamos sentados por meia hora em uma mesa maior. Abdias falou sobre seu exílio voluntário. Ele estava em Nova York a negócios quando o segundo ditador militar do Brasil, o General Artur da Costa e Silva, fechou o Congresso e impôs a lei marcial. Eu lhe disse que na época as pessoas com quem eu morava e trabalhava na favela “Ilha do Maruim”, em Olinda, tinham certeza de que eu era um espião da “empresa” [CIA] que havia se perdido. Mas eles eram tão pobres que não tinham absolutamente nada a esconder. A risada de Abdias foi minha bênção. Sem perceber, eu havia feito um teste e sido escalado como o aprendiz de feiticeiro.

Na tarde seguinte, estávamos lado a lado no palco da Escola de Teatro da Universidade de Yale. O professor Abdias Nascimento falou sobre a história do Teatro Negro Brasileiro, do qual ele foi um dos fundadores. Ele era um contador de histórias fascinante, sem necessidade de roteiro ou slides. Se eu quisesse que ele diminuísse o ritmo, bastava levantar a mão e ele fazia uma pausa e me dava tempo para me atualizar. Não havia tempo para discutir os detalhes da sua palestra. Eu estava flutuando em um mundo do qual eu não sabia nada. Sua confiança era minha boia salva-vidas. Ele observava e ouvia com atenção enquanto eu traduzia suas palavras para o inglês. Se eu perdesse um detalhe – um nome, um lugar, o título de uma peça, ele o repetia. Eu adotava seus gestos e modulava minha voz como ele fazia. Éramos uma unidade. Nunca vivenciei nada parecido antes ou depois disso. Agora evito interpretar porque sei quantas armadilhas podem surgir, especialmente sem preparação ou um roteiro e diante de um público ao vivo.

Em retrospecto, minha primeira experiência transcorreu sem problemas. Depois de quase uma hora de narrativa bilíngue, tivemos quinze minutos para responder perguntas. Lembro-me de como eu estava exausto a essa altura. Tropecei mais de uma vez ao traduzir as perguntas do público para o português e as respostas do professor Nascimento para o inglês. Felizmente, vários membros da plateia me ajudaram, traduzindo as perguntas e as respostas dele para o grupo da Escola de Teatro. O reitor Robert Brustein se juntou a nós no palco, pegou nossas mãos e nos levou até as luzes do palco para responder aos aplausos da plateia com uma reverência. Esse foi o ponto alto de minha carreira nos palcos, que começou na primeira série e continuou até meus oitenta anos.

A fundação do TEN, Teatro Experimental do Negro, por Abdias, ocorreu no Rio de Janeiro no ano em que nasci, 1944. Ele descreveu tudo de forma tão vívida naquela tarde que senti que fazia parte do evento – as longas filas de motoristas, porteiros e empregadas domésticas esperando para fazer o teste para uma vaga na companhia que ele havia fundado, um dia depois de Abdias publicar um pequeno anúncio no Jornal do Brasil. Ele falou sobre o processo de audição, os cantores, dançarinos e atores que ensaiavam juntos por falta de espaço as aulas diárias de alfabetização alegradas por um colega brilhante, Ironides Rodrigues, que se tornou ativista, autor e crítico social.

Abdias havia explorado uma fonte de talento e sabia exatamente o que fazer com ela. Ele escreveu uma carta a Eugene O’Neill, depois de ver uma produção da peça The Emperor Jones em Lima, Peru, com um ator branco vestido de negro no papel principal. Ele pediu permissão para traduzir e apresentar a peça em português, explicando que os únicos negros que já haviam pisado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro eram os faxineiros que começaram a limpar a casa quando a cortina baixou e o público saiu. O’Neill concedeu ao TEN os direitos de todas as suas peças, evitando royalties. Getúlio Vargas, o eterno autocrata brasileiro, depois de se encontrar com Abdias, ordenou que a primeira produção do TEN tivesse uma única apresentação no Municipal em 8 de maio de 1945, que por acaso era o Dia da Vitória na Europa. Em frente à cortina, antes do início da peça, Aguinaldo Camargo (que fazia o papel principal), Abdias, Ilena Teixeira e Ruth de Souza recitaram “três poemas de luta” em inglês, português brasileiro e espanhol cubano: “Always the Same”, de Langston Hughes, do Harlem, “Menina de Favela”, de Aladir Custódio, e “Negro, Hermano Negro”, de Regino Pedroso.

Quase meio século depois, Abdias escreveu: “A primeira apresentação pública do TEN tinha um tom radicalmente esquerdista, apoiando inequivocamente a política mundial progressista. No entanto,  ‘progressistas’ brasileiros brancos não retribuíram esse apoio. Eles nos acusaram de racismo e fascismo. Fizeram o possível para nos destruir e desacreditar.”

Outra revelação para mim foi que Abdias, Léa Garcia e sete outros membros do TEN foram escalados para o elenco da peça em versos Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, com música composta por Antônio Carlos Jobim e cenário de Oscar Niemeyer, principal arquiteto da capital criada do zero, Brasília. A produção, financiada pelo próprio Vinícius em seu período de folga do posto diplomático em Paris, teve uma exibição limitada no Teatro Municipal, de 25 a 30 de setembro de 1956, e é mais conhecida como a inspiração para o filme Orfeu Negro (1959) de Marcel Camus, uma produção francesa filmada no Rio de Janeiro, que ganhou o Oscar de melhor filme em língua estrangeira e a Palma de Ouro em Cannes em 1959. No entanto, a peça de Vinícius não teve um bom destino: após a truncada temporada no Municipal, o caminhão que transportava o cenário de Niemeyer do Rio para São Paulo sofreu um acidente e o cenário foi destruído.

Minha geração nos Estados Unidos foi galvanizada por Orfeu Negro. Sua trilha sonora foi fundamental para o lançamento do “jazz samba”, mais popularmente conhecido como bossa nova. Tom Jobim e Luis Bonfá compuseram as inesquecíveis canções A felicidade, O nosso amor e Samba de Orfeu (Jobim) e Manhã de Carnaval (Bonfá e Antônio Maria). Vinícius e Jobim haviam colaborado na música para a peça, mas Sacha Gordine, o produtor do filme, pediu-lhes que criassem novas canções para que ele e Marcel Camus, o diretor/escritor, pudessem ter uma participação nos lucros.

No filme, o papel principal de Serafina, prima de Eurídice, foi criado por Léa Garcia, que interpretou Mira, a amante traída de Orfeu na peça. No filme, Marcel Camus escalou Lourdes de Oliveira como a Mira cinematográfica e foi casado com ela e com Marpessa Dawn em épocas diferentes. Ele era um “one hit wonder” (uma maravilha de sucesso), mas não um bígamo.

Camus e seu roteirista, Jacques Viot, livraram a peça de Vinícius de muito excesso de bagagem mitológica em favor da combinação vencedora de uma trilha sonora maravilhosa, da surpreendente cinematografia em Kodacolor de Jean Bourgoin e do vibrato sexual palpável entre Marpessa como Eurídice e Breno Mello como Orfeu.

Conheci Marpessa por acaso em uma noite de 1977, em Manhattan, em uma festa em um espaço reservado no Soho. “Eurídice está aqui”, disse minha esposa. Eu me aproximei dela com a mesma despreocupação que tive com Abdias e Isabel, acreditando que ela era brasileira.

– “Oi Marpessa! Eu sou Peter….”

– Isso é português? – ela respondeu.

Marpessa me disse que havia aprendido as falas de Eurídice “foneticamente”, embora fosse fluente em francês e isso a ajudasse. Ela foi casada duas vezes, uma vez por pouco tempo com Marcel Camus e depois, felizmente, com o ator belga Georges-Eric Vander-Elst, com quem teve cinco filhos. Ela preferia ser chamada de “Gypsy”. Nós dois estávamos procurando trabalho como atores e decidimos fazer um ato de Lanford Wilson com dois personagens como uma produção de vitrine. Não houve flerte ou intriga entre nós. Eu a apresentei à minha esposa e pronto. Abdias era um padre brasileiro – um pai de santo – que nos uniu e, em caso afirmativo, com que propósito?. Na época, ele estava lecionando na SUNY Buffalo e pintando os orixás, os deuses e deusas afro-brasileiros, em óleo sobre tela, exercitando seu gênio artístico em mais um talento.

A combinação única de beleza sem ego, doçura e graça de Gypsy lançou um feitiço tão poderoso quanto a deusa Iemanjá ou Iansã baixando (a deusa descendo) pelo corpo de um adorador em transe. Eu me senti abençoado por sua presença. Nunca apresentamos a peça de Wilson This is the Rill Speaking em público, mas nos reunimos para ensaiar e conversar três ou quatro vezes. Lembro-me de ter perguntado a ela se conhecia o Abdias e é claro que sim. Ele tinha ficado amigo de Vinícius de Moraes, que sabia que sua esposa Léa tinha um papel de destaque no filme e estava interessado em fofocas sobre as atividades no set de filmagem na favela da Babilônia, onde o elenco e a equipe passavam semanas. Sua filha Susana disse que ele não queria assistir à estreia do filme em Cannes porque estava furioso com o que Camus e Sacha Gordine haviam feito com sua peça, mas ela o convenceu a acompanhá-la e, quando o público o aplaudiu de pé no final da exibição, sua atitude mudou.

Vi Orfeu Negro pela primeira vez em um colégio interno invernal da Nova Inglaterra quando tinha 18 anos. Vi-o várias vezes antes de partir para o Brasil quatro anos depois. Passei três meses treinando para o Peace Corps em Chicago e tentei ficar no Rio e continuar o trabalho de um voluntário que havia retornado e que conheci lá, mas me disseram que isso era impossível. O Peace Corps estava retirando seus voluntários das favelas de São Paulo e do Rio porque eram focos de sentimentos antiamericanos – o que não foi mencionado até chegarmos ao Brasil, onde foi notícia de primeira página.

Meus colegas voluntários e eu pegamos um voo sem escalas de oito horas da Pan Am em setembro de 1966, de Idlewild para o Galeão, dois aeroportos que hoje levam o nome de heróis nacionais, John Fitzgerald Kennedy e Antônio Carlos Jobim, respectivamente. Assim como o envolvimento dos EUA no Vietnã, a missão do Corpo de Paz no Brasil foi problemática desde o início. A CIA havia se infiltrado nos sindicatos e nas universidades do Rio e de São Paulo e deu apoio clandestino ao golpe de Estado de 1964, que derrubou o governo “populista” do presidente João Goulart, substituindo-o por cinco ditadores militares que conseguiram afastar a democracia pelos 21 anos seguintes (1964-85). Goulart havia se encontrado com Fidel Castro em Havana. O Departamento de Estado dos EUA temia que o crescente sindicalismo dos cortadores de cana-de-açúcar na fértil zona da mata do nordeste criasse um reduto socialista que o carismático ministro das Relações Exteriores de Fidel, Che Guevara, pudesse usar como trampolim para a América do Sul. O programa “alfabetização em 40 dias” de Paulo Freire estava prestes a ser implementado nacionalmente para que milhões de camponeses, trabalhadores da construção civil e pescadores autônomos se tornassem funcionalmente alfabetizados e votassem em Goulart.

O Método Paulo Freire foi desenvolvido como parte do Movimento de Cultura Popular em sua cidade natal, Recife, capital de Pernambuco, um estado historicamente rebelde. O regime populista de Goulart foi derrubado em um golpe em 1º de abril de 1964. Um ano antes, em 2 de abril de 1963, o Marechal Humberto Castello Branco, o primeiro “administrador” da ditadura iminente, participou de uma cerimônia que marcou a primeira formatura do Método Freire, supervisionada pelo próprio Paulo Freire e patrocinada pelo governo do Rio Grande do Norte para mais de 300 adultos recém-alfabetizados. O primeiro dos militares brasileiros, o Marechal de Campo Humberto Castello Branco, de uniforme completo, sentou-se no palco logo atrás e à esquerda do Presidente João Goulart. Antes de retornar à sua guarnição no Recife, Castello Branco comentou com Calazans Fernandes: “Vejo que vocês estão engordando cascavéis aqui!”. Um ano depois, as cascavéis haviam se transformado em dragões e Castello Branco, o primeiro dos cinco preservadores do status quo, havia assumido o improvável papel de São Jorge.

Freire foi preso poucos dias após o golpe. O novo governo militar se opôs ao fato de os voluntários do Peace Corps defenderem o controle de natalidade, alegando que eles eram a vanguarda do desejo do “Tio Sam” de tornar suas as vastas selvas verdes da Amazônia brasileira. Na época, havia apenas 70 milhões de brasileiros. Os generais achavam que a nação estava subpovoada. Sessenta anos depois, são mais de 200 milhões.

Em 1969, fui intérprete de Abdias em várias ocasiões. Uma que perdi foi seu encontro com representantes do Partido dos Panteras Negras em New Haven, um ano antes do julgamento dos “Nove de New Haven”, incluindo o líder dos Panteras, Bobby Seale, pelo assassinato de um espião negro em seu meio.

Enquanto estava em Yale como “acadêmico visitante”, Abdias me pediu para traduzir Sortilégio, uma peça que ele havia escrito para o Teatro Experimental Negro e que foi publicada em inglês dez anos depois como Sortilege (Mistério Negro) pela Third World Press. Desde então, a peça foi encenada por teatros universitários e passou a fazer parte de uma antologia de teatro negro. Do nada, em um momento em que não nos encontrávamos nem nos correspondíamos há muitos anos, ele me informou que queria dividir comigo os direitos autorais da minha tradução da peça.

Quando estávamos todos em Nova York após minha formatura na Yale College em 1969, organizei um brunch para Abdias e Isabel com meu pai, que nasceu um dia antes de Abdias, em 1914, em Düsseldorf, Alemanha. Abdias nasceu em Franca, no estado de São Paulo. Meu pai, inspirado pela presença de Abdias, conversou com ele em francês. Abdias havia sido o guia de Albert Camus no Rio de Janeiro quando o autor argelino visitou o Brasil em 1949, então não fiquei surpreso com a possibilidade de diálogo entre eles. Meu pai teria se irritado se eu tivesse que traduzir para ele. Nós nos deliciamos com mimosas, chá Darjeeling, salmão do ventre, cream cheese e bagels. Foi a primeira vez que Abdias comeu salmão e bagels. Sua viúva e coautora, Elisa Larkin Nascimento, me disse anos depois que ele desenvolveu um gosto por essas iguarias e encontrou uma delicatessen no Rio onde elas estavam disponíveis.

Lembro-me de ter enviado a Abdias um poema que escrevi sobre o nascimento de Iemanjá, filha de Abdias e Isabel, que nasceu em Buffalo durante o que foi chamado de “motim” na penitenciária estadual de Attica, Nova York, que terminou com a morte desnecessária de muitos prisioneiros, a maioria deles negros. Abdias estava se correspondendo com alguns dos “prisioneiros políticos” e ficou profundamente abalado com a ocorrência a apenas 35 milhas da SUNY Buffalo, onde ele ensinava história brasileira sob uma perspectiva africana.

Pouco depois de vir para Los Angeles, em 1982, conheci e me tornei amigo do segundo filho dele e de Léa Garcia, Henrique Cristóvão. Henrique me deu o endereço de seu pai no Rio, e nossa amizade foi renovada.  Quando se tornou senador federal, após a morte de seu ilustre antecessor, o antropólogo Darcy Ribeiro, Abdias me enviou um belo pôster de uma exposição de suas pinturas em Brasília, bem como uma edição bimestral de sua revista, THOTH, repleta de biografias de artistas, poetas e pensadores afro-brasileiros, acompanhadas de suas explicações discursivas sobre sua importância exemplar, discursos repletos da mesma paixão e persistência pela causa que traduzi em 1969.

Sou um dos fundadores do Instituto Paulo Freire na UCLA. Minha tese de doutorado de 2006, “In the Shadow of Freire: Popular Educators and Literacy in Northeast Brazil”, considera vários educadores e pesquisadores que ‘reinventaram Freire’ na década seguinte à sua morte. No THOTH nº 2, a “homenagem póstuma de 8 de maio de 1997 ao educador Paulo Freire e ao ator Anselmo Duarte” do senador Abdias Nascimento foi inspiradora. Abdias lembra-se de observar Paulo Freire trabalhando em Guiné-Bissau, uma ex-colônia portuguesa, hoje uma república da África Ocidental.

“Coerente e fiel a seus princípios”, escreveu Abdias, ”ele também lecionou na Guiné-Bissau, onde, várias vezes, vi sua figura debruçada sobre os alunos que estudavam sob as árvores nas ruas da cidade, recentemente libertada do colonialismo português. O país ainda não possuía um sistema educacional. Paulo Freire estava trabalhando na organização desse ensino, ampliando a consciência de que só a educação liberta. Registro isso com orgulho e emoção, prestando homenagem a um brasileiro de singular competência pedagógica e de incomparável sentimento de solidariedade humana. (THOTH #2, p. 49).

Abdias retornou do exílio e transformou o plenário do Senado brasileiro em uma sala de aula, onde elucidou as glórias da cultura afro-brasileira “sob a proteção de Olorum” – sob a proteção do deus Olorum. Ele faleceu em 23 de maio de 2011, aos 97 anos de idade. Nós nos reencontramos em 2009, quando minha esposa e eu visitamos Abdias e Elisa em seu apartamento no bairro da Glória, no Rio de Janeiro. Termino este ensaio duas semanas depois que Noam Chomsky, de 95 anos, foi erroneamente dado como morto. Ele teve o bom senso de se casar com uma brasileira que o trouxe de volta para sua casa e para um hospital bem equipado em São Paulo depois que ele sofreu um ataque cardíaco fulminante nos EUA.

O Dr. Chomsky é o santo padroeiro da linguística do século XX, e o Dr. Abdias Nascimento é senador federal, ator, poeta, dramaturgo, pintor e produtor teatral, que se envolveu integralmente na luta de seu povo por mais de sete décadas, mantendo-se a par da história e da política mundial, escrevendo, falando e inspirando gerações de afrodescendentes brasileiros. Eles atravessaram o primeiro e o segundo milênios como colossos gêmeos e permanecerão nos corações e mentes de milhões de pessoas que eles encorajaram a romper a escravidão da opressão, seja ela social, racial, sexual ou espiritual, liderando pelo exemplo e deixando um caminho visível para trás.

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