Quarta, 24 de janeiro de 2024
Milhares de pessoas tomaram as ruas de Buenos Aires nesta quarta-feira (24) e aderiram ao ato convocado pela Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), maior central sindical argentina. Manifestantes entoaram o grito de “A pátria não se vende”, contra as medidas tomadas pelo presidente Javier Milei, que impactam principalmente o setor econômico.
Considerada, até o momento, a maior manifestação contra o chefe de Estado, que assumiu o poder há pouco mais de um mês, a greve geral afeta diversos setores do país: saúde, educação, bancos, transporte, indústrias. Centenas de voos foram cancelados. A greve, convocada inicialmente para durar 12 horas, começou ao meio-dia e deve terminar à meia-noite.
As principais medidas que motivaram os atos desta quarta-feira são a chamada Lei Omnibus, que está sendo discutida no Congresso, e o megadecreto promulgado por Milei que resultou, entre outras coisas, em cortes no quadro de funcionários do governo e na limitação do direito à greve.
Além dos líderes sindicais que conduzem os protestos, outro incentivador da mobilização, visto nos atos, é o governador da província de Buenos Aires, o peronista Axel Kicillof.
A ministra da Defesa argentina, Patricia Bullrich, condenou os atos, chamou os sindicalistas de “mafiosos” e “gestores da pobreza” e disse que “nenhuma greve” vai deter ou amedrontar o governo.
NÃO HÁ GREVE QUE NOS DETENHA
Sindicalistas mafiosos, gestores da pobreza, juízes cúmplices e políticos corruptos, todos defendendo os seus privilégios, resistindo à mudança pela qual a sociedade decidiu democraticamente e que o presidente lidera com determinação. Não há greve que nos pare, não há ameaça que nos intimide.
O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, afirmou, durante entrevista coletiva, que não há como dialogar com quem não quer que o país siga adiante.
Adorni comentou ainda que a greve geral convocada pela CGT é promovida por “pessoas que mostram um lado bastante antidemocrático e antirrepublicano quando falam em ‘reverter a situação’“. Segundo o porta-voz presidencial, o governo também se mostrou surpreso com o anúncio de uma greve geral em tão pouco tempo de mandato do atual presidente.
O ato em Buenos Aires contou com apoios de centrais sindicais de outros países. Também nesta quarta, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) realizou em Brasília um ato em apoio à greve geral na Argentina.
Fonte: Sputinik News