O Ministério da Saúde decidiu investigar os motivos pelos quais crianças, nascidas nos anos de 2017 e 2018, não estão sendo vacinadas. Desde o ano de 2016, o Brasil registra baixos índices de adesão à vacinação. Em meio à pandemia, o cenário não tem sido diferente.
Em Salvador, a pesquisa vai ser conduzida pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia. Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da A TARDE FM, a professora, epidemiologista e cientista, Maria da Glória Teixeira (ISC/UFBA), coordenadora do estudo em Salvador, revelou que os dados de duas mil crianças serão coletados durante 60 dias de trabalho.
“Queremos saber quais crianças, com menos de 4 anos, completaram seu esquema vacinal. O Ministério da Saúde tem um sistema que registra isso, mas pode haver problemas nos registros de vacinação. Queremos saber o porquê de algumas crianças não terem sido vacinadas, quais os motivos. Queremos verificar o quanto isso acontece”, disse a professora.
De acordo com a pesquisadora, pais ou responsáveis vão responder a um questionário sobre as vacinas já aplicadas e os motivos que levaram a não completar o esquema de vacinação. Entrevistadores vão fotografar a caderneta de vacinação das crianças para identificar quais as vacinas elas receberam desde o nascimento até o momento da entrevista.
O inquérito pretende estimar as coberturas vacinais relativas às seguintes vacinas: BCG, hepatite B, poliomielite, pentavalente, rotavírus humano, febre amarela, meningococo conjugada C, pneumococo conjugado 10 valente, influenza, hepatite A, tríplice viral, varicela e reforço para DPT e poliomielite.
A professora pediu à população que se certifique da identidade e procedência dos pesquisadores que estarão nas ruas da capital realizando o levantamento.
“Solicito à população que respeite os entrevistadores. Eles estão fardados, com equipamentos de proteção para Covid, identificados. além disso, no site do nosso instituto, tem lá as fotos desse entrevistadores e todas as informações da pesquisa. Em caso de dúvida, as pessoas podem ligar para o Ministério da Saúde para confirmar a veracidade da pesquisa”, explicou a professora.
Através do estudo, será possível comparar as doses aplicadas, os dados de produção dos serviços de atenção básica, a proporção de crianças que utilizam serviços privados para imunização, assim como avaliar as condições de vida e dados socioeconômicos das famílias.
Dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI) mostram que a Bahia não conseguiu atingir nenhuma das metas de vacinação estabelecidas para o calendário infantil desde 2016. Em Salvador, apenas uma vacina, a BCG, alcançou o índice de cobertura em 2020.
“Os resultados deste inquérito serão fundamentais para o Programa Nacional de Imunização definir novas estratégias capazes de obter maior adesão dos pais e responsáveis pelas crianças ao Calendário de Vacinação Infantil”, explica a pesquisadora Glória Teixeira.
Fonte: A Tarde