Ministério da Saúde monitora casos de Oropouche em Minas Gerais

Bahia Brasil Ciências saúde

Sábado, 11 de janeiro de 2025

Técnicos estão na cidade de Piau para investigar efeitos da doença no organismo das pessoas infectadas e identificar medidas de prevenção para conter o avanço da doença

O Ministério da Saúde, em colaboração com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, intensificou os esforços de vigilância e controle do Oropouche após a confirmação de casos no estado. Desde a segunda-feira (6), uma equipe técnica está na cidade de Piau, localizada na Zona da Mata mineira, que atualmente ocupa a segunda posição no ranking estadual de infecções pela doença. 

Os técnicos fazem parte do Programa de Treinamento em Epidemiologia aplicada aos Serviços do Serviço Único de Saúde (EpiSUS). A equipe, do nível avançado do programa, está realizando investigações epidemiológicas detalhadas, coletando e analisando dados tanto dos serviços de saúde quanto da população local. 

Mapa de infecções 

Além de Piau e Joanésia, o Oropouche foi registrado em outros municípios de Minas Gerais: 

  • Zona da Mata: Coronel Pacheco (3 casos), Juiz de Fora (1), Rio Novo (1), Tabuleiro (1). 
  • Outras regiões: Coronel Fabriciano (30 casos), Timóteo (15), Congonhas (1), entre outros municípios. 

Principais objetivos da investigação 

  • Analisar os fatores de risco relacionados ao reaparecimento de infecção pelo vírus Oropouche nos residentes do município; 
  • Estimar a prevalência de anticorpos para o vírus em moradores do município; 
  • Avaliar a existência de grupos de risco específicos, suas comorbidades e possibilidade de desenvolvimento da doença; 
  • Mapear locais com maior incidência e fornecer recomendações à população e ao município sobre como prevenir e controlar o Oropouche. 

Atualização das orientações 

O Ministério da Saúde publicou recente nota técnica com orientações atualizadas sobre vigilância e controle do Oropouche. A medida faz parte do plano de enfrentamento das arboviroses, apresentado em setembro do ano passado e visa garantir uma resposta rápida e eficaz às emergências de saúde. 

O documento foi elaborado com base nas discussões realizadas durante o Colóquio sobre a Emergência de Oropouche no Espírito Santo, promovido em dezembro de 2024. O evento contou com a participação de especialistas, pesquisadores e gestores de saúde, que compartilharam experiências e revisaram as estratégias de enfrentamento da doença. 

Medidas de prevenção e controle 

A prevenção é fundamental para reduzir o risco de exposição ao vírus Oropouche, especialmente em áreas com presença do vetor transmissor, o maruim. As principais recomendações incluem: 

  • Uso de roupas protetoras: vestir calças compridas, camisas de mangas longas e calçados fechados; 
  • Evitar a exposição ao vetor: reduzir o contato com maruins, principalmente ao amanhecer e no fim da tarde; 
  • Instalação de telas e mosquiteiros: usar telas de malha fina (gramatura inferior a 1,5 mm) nas janelas e mosquiteiros em camas e berços; 
  • Repelentes: embora a eficácia contra maruins não seja comprovada, o uso de repelentes pode auxiliar na proteção contra outros insetos;
  • Manejo ambiental: manter o ambiente limpo e evitar o acúmulo de material orgânico, como folhas e frutos em decomposição; 
  • Cuidados especiais com gestantes: gestantes devem evitar atividades que envolvam risco de exposição ao vetor, como limpeza de quintais. 

Edjalma Borges
Ministério da Saúde /Foto: divulgação/MS

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