Ministras da Saúde e da Cultura assinam acordo para garantir a criação do Memorial da Pandemia de Covid-19

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Proposta é transformar as ações de saúde e cultura na promoção da memória, justiça e reparação às vítimas, familiares, comunidade científica e governo. Ato marcou o encerramento de seminário sobre a pandemia

No encerramento do seminário para concepção e criação do Memorial da Pandemia de Covid-19, nesta terça-feira (12), as ministras da Saúde, Nísia Trindade, e da Cultura, Margareth Menezes, protocolaram acordo entre as pastas para garantir políticas públicas conjuntas de saúde e cultura, com o objetivo de promover o exercício da cidadania e acesso aos direitos garantidos constitucionalmente, de acordo com cumprimento da Agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Na ocasião, Nísia destacou a importância do trabalho intersetorial do governo federal e exaltou uma das resoluções da Conferência Nacional da Saúde (CNS) que é declarar o SUS patrimônio cultural da humanidade.  “Essa é uma das ações transversais que envolvem várias áreas e há uma forte interseção entre a saúde e a cultura. E há um debate em âmbito internacional dentro da OMS ao reconhecer a cultura como determinante social da saúde”, destacou Nísia.

Ela explicou que o acordo firmado é mais amplo do que a proposta já abrangente de criação do Memorial de Covid 19. “O protocolo assinado prevê a formulação, implementação e acompanhamento de políticas públicas nas áreas de saúde e da cultura e, a partir daí, teremos o desenvolvimento de uma série de ações conjuntas unindo a capilaridade do SUS com sua diversidade regional, da mesma forma que temos os pontos de cultura, sempre dentro da visão de fortalecimento da democracia”, observou a ministra da Saúde.

Sobre os painéis apresentados hoje no evento, a ministra adiantou que apareceram duas referências importantes nas apresentações: a reparação, porque não faz sentido pensar em um memorial sem esquecer as dores e todo o impacto que a Covid-19 teve na vida de tantas famílias. E a definição sobre como o memorial vai servir enquanto um ponto de aglutinação de pessoas com experiências diversas entre academia, sociedade e o governo. “Integramos um governo que tem compromisso com o cuidado, como diz o presidente Lula. E na saúde isso significa fortalecer o SUS e olhar sempre na perspectiva da cidadã e do cidadão que tem o direito à saúde assegurado na Constituição”, frisou.

Já a ministra Margareth Menezes exaltou a importância do Seminário de Criação do Memorial e parabenizou a pasta da Saúde pela proposta e parceria na ação conjunta. Para ela, o Memorial da Pandemia de Covid-19 se justifica por vários aspectos, “mas principalmente para afirmar às futuras gerações que custou caro as vidas que perdemos, principalmente por saber que a tragédia poderia ter sido menor”.  Ela aproveitou a ocasião para agradecer a todos profissionais de saúde “que se dedicaram e enfrentaram bravamente a pandemia para salvar vidas”.

Memória e reparação

No segundo dia de evento, duas mesas temáticas trataram de políticas afirmativas de memória pela pandemia, com a participação remota da historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz e do presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Luchesi, que celebraram a proposta de erguer um memorial para lembrar da pandemia, bem como para celebrar as vidas. Os debates promoveram reflexões sobre vidas perdidas, responsabilidade do Estado e memória, justiça e reparação.

A discussão também girou em torno da saúde global e preparação para novas pandemias com representações da Opas, Ministério da Saúde e Fiocruz. Em debate, a saúde atual no presente e as projeções para o futuro diante de possíveis novas pandemias.

Presente ao evento, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e do Complexo Econômico Industrial da Saúde, Carlos Gadelha, lembrou que é necessário investir e apoiar o desenvolvimento da base produtiva brasileira na área da saúde como forma de fortalecer o SUS. Como exemplo, o secretário citou a busca de uma maior autonomia do país na produção de vacinas, bem como no desenvolvimento de avanços tecnológicos em território nacional, rompendo com a dependência do país em relação a outras nações.

“A gente tem hoje grande dependência tecnológica no campo da saúde, em torno de 20 bilhões de dólares, o que limita as ações no SUS”, pontuou o secretário. Dessa forma, na avaliação de Gadelha, é preciso organizar o sistema produtivo de medicamentos, vacinas e outros produtos, além do próprio sistema de atenção à saúde, de modo a dar sustentação ao sistema.

Fonte: Ministério da Saúde / Foto: Filipe Araújo/MinC

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