Em Pequim, Carlos Fávaro apresentou o programa para conversão de áreas degradas e ressaltou a importância da missão para o estreitamento das relações de empresários e do governo dos dois países
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro participou do ‘Seminário Empresarial Brasil-China: os próximos 50 anos’, em Pequim, durante a missão oficial liderada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Na ocasião, destacou a importância do encontro e o potencial brasileiro para produzir cada vez mais de forma sustentável.
“É determinação do presidente Lula o estreitamento das relações diplomáticas. Já são perceptíveis os resultados. O avanço das relações comerciais, das oportunidades de negócio e de prosperidade para o povo chinês e para o povo brasileiro já são eficientes e isso já reflete na economia dos dois países”, revelou Fávaro. “Esse seminário traz a oportunidade dos empresários brasileiros, dos empresários chineses e dos dois governos estreitarem ainda mais as nossas relações e as nossas oportunidades”, completou.
Ainda, o ministro Fávaro pontuou que o Brasil possui produtores vocacionados a lidar com a terra e, também, destacou o compromisso com a produção sustentável. “Um dos grandes ativos brasileiros é a sustentabilidade. O Brasil cresce a passos largos na produção sustentável. Para isso, temos trabalhado o programa nacional de recuperação de pastagens degradadas, que visa incrementar mais 40 milhões de hectares de áreas com altíssimo potencial produtivo e sem derrubar uma árvore se quer. Isso pode permitir o Brasil dobrar a sua produção de alimentos e energia, preservando o meio ambiente. É uma grande oportunidade de segurança alimentar e energética para o mundo”, disse.
No evento, representantes governamentais e empresários dos dois países foram enfáticos sobre a importância da parceria estratégica Brasil-China e descreveram oportunidades de negócios para os dois países desenvolverem nos próximos anos.
Alckmin abriu o evento lembrando que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vê a China como parceiro estratégico e preferencial do Brasil, enquanto Wang Shouwen, vice-ministro de Comércio da China, afirmou que seu país sempre coloca o Brasil como prioridade diplomática. Representantes dos dois países também veem amplo potencial em políticas de estado brasileiras como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Novo PAC.
“Vamos trabalhar ainda mais para aprimorar a nossa parceria, mas quero dizer especialmente às empresárias e empresários brasileiros que estamos juntos, com o propósito da prosperidade, do combate à pobreza, da criação de emprego e do desenvolvimento”, afirmou Alckmin na abertura do fórum empresarial. “Tenho certeza de que teremos, com o talento e o espírito público, e a capacidade de empreender dos empresários brasileiros e dos empresários chineses, ferramentas para podermos alcançar o bem comum”, completou.
Também presente, o presidente da Agência Brasileira de Promoção a Exportação (ApexBrasil), Jorge Viana, destacou as oportunidades entres os países. “O Brasil pode ser o lugar onde empresas chinesas se instalem para parceria com empresas brasileiras, para a produção de produtos de manufaturas. A casa do Brasil (Xangai) pode ajudar, inclusive, nisso”.
Parceria
A China se manteve como o principal destino dos produtos agrícolas brasileiros em 2023. As vendas para o mercado chinês foram recordes na série histórica, somando US$ 60,24 bilhões, representando 36,2% do total exportado pelo agronegócio nacional. O país asiático também foi o que mais contribuiu para o crescimento das exportações do agronegócio brasileiro em 2023, com um acréscimo de US$ 9,53 bilhões em relação a 2022.
Somente nos quatro primeiros meses de 2024, o Brasil exportou US$ 17,09 bilhões em produtos agrícolas para o mercado chinês.
Fórum Empresarial
O seminário empresarial Brasil-China: os próximos 50 anos reuniu mais de 400 empresários de ambos os países e foi realizado pela ApexBrasil, Ministério das Relações Exteriores do Brasil, vice-presidência do Brasil, Conselho Chinês para Promoção de investimento Internacional (CCIIP) e Ministério do Comércio da China (Mofcom), com apoio do Conselho Empresarial Brasil-China, China-Brazil Business Council e Confederação Nacional da Indústria.
Outras agendas
No segundo dia da missão oficial à China, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, também assinou memorandos de entendimento (MOU, na sigla em inglês) para a promoção do café brasileiro na maior rede de cafeterias da China, a Luckin Coffee, e para a criação de um hub de inovação brasileira em Xangai. As duas iniciativas foram pela Agência Brasileira de Promoção à Exportação (ApexBrasil).
A Luckin Coffee é a principal importadora de café brasileiro no país. O acordo assinado prevê a compra de aproximadamente 120 mil toneladas de café brasileiro pela rede, no valor cerca de U$ 500 milhões.
“Em 2022, o Brasil exportou US$ 80 milhões em café e no ano passado, foram US$ 280 milhões, praticamente quatro vezes mais que no ano anterior. Agora, só neste contrato com a Luckin Coffee, estamos falando de meio milhão de dólares, o que demonstra que o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, está abrindo mercados”, afirmou o vice-presidente.
Já o ministro Fávaro lembrou que a produção brasileira de café vive transformação, com foco cada vez maior na sustentabilidade.
Fonte: Assessoria Mapa / Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro: “O Brasil cresce a passos largos na produção sustentável”