Terça, 2 de setembro de 2025
Jornalista estava internado havia duas semanas na UTI
O jornalista Mino Carta, fundador e diretor de redação da revista Carta Capital, morreu nesta terça-feira (2), em São Paulo, aos 91 anos.
Ele estava internado havia duas semanas na UTI do Hospital Sírio-Libanês e vinha enfrentando problemas de saúde há cerca de um ano, em meio a sucessivas internações. A morte foi confirmada pela revista às 5h59. O velório ocorre no Cemitério São Paulo, em Pinheiros, na zona oeste da capital.
Nascido em Gênova, na Itália, em 1933, mudou-se para o Brasil com a família após a Segunda Guerra Mundial. Ele iniciou o curso de Direito na Universidade de São Paulo (USP), mas não chegou a concluí-lo. Aos 27 anos, ao aceitar um convite de Victor Civita para dirigir a revista Quatro Rodas, descobriu sua vocação para o jornalismo.
Com uma carreira marcada pela criação de algumas das publicações mais influentes do país, esteve à frente do lançamento de Veja (1968), IstoÉ (1976) e, em 1994, fundou a Carta Capital, revista que considerava sua maior realização, construída sobre três pilares: fidelidade aos fatos, espírito crítico e fiscalização do poder. Também participou da criação do Jornal da Tarde (1966) e do Jornal da República (1979).
Durante a ditadura militar, enfrentou pressões e censura, especialmente quando Veja publicou denúncias de tortura em 1968, o que resultou em apreensão da edição e forte reação do regime. Interrogado por agentes, manteve interlocução com o general Golbery do Couto e Silva, mas recusou imposições dos militares e acabou deixando a revista.
Além do trabalho editorial, Mino se dedicou à literatura, com romances como “Castelo de Âmbar“ (2000), “A Sombra do Silêncio” (2003) e “A Vida de Mat” (2016). Também recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Faculdade Cásper Líbero e foi eleito Jornalista Brasileiro de Maior Destaque pela Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil (ACIE).
Fonte:Cultura/uol / Divulgação | Carta Capital