Apesar da tensão reinante, recuperação judicial da varejista foi confirmada e Carlos Alberto Sicupira permanece no conselho
Em encontro marcado pelos protestos dos acionistas minoritários contra os bilionários da 3G, os acionistas do grupo Americanas ratificaram a recuperação judicial da empresa, com a qual pretende pagar uma dívida de mais de R$ 40 bilhões. A crise na companhia foi iniciada em janeiro, após a descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões na contabilidade. Também por esse motivo os balanços de 2022 não foram apreciados na assembleia de sábado.Playvolume
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A Assembleia Geral também manteve no conselho Carlos Alberto Sicupira, executivo da 3G responsável pelas Americanas. Ele, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles são os acionistas de referência da varejista e estão à frente da formatação da Recuperação Judicial. A reunião contou com a presença de representantes dos ex-diretores da varejista Anna Christina Ramos Saicali e José Timotheo de Barros, afastados após o escândalo na contabilidade, mas que possuem ações da empresa. O CEO da Americanas, Leonardo Coelho, e a CFO, Camille Faria, também estiveram presentes.
Os acionistas também elegeram os membros do conselho de administração até 2024, mantendo indicados dos acionistas de referência. Alé de Sicupira, foram reeleitos Paulo Alberto Lemann (filho de Jorge Lemann), Sidney Breyer, Vanessa Claro Lopes, Claudio Barreto Garcia e Eduardo Saggioro Garcia. Os fundos da gestora EWZ e Bonsucex, em conjunto com o acionista Silvio Tini, elegeram Pierre Moreau, advogado especializado em arbitragem e conselheiro do MASP, ao conselho de administração. Da proposta original da administração, ficou de fora o conselheiro Mauro Muratório Not.
Um momento de confronto entre os acionistas de referência – que possuem 30% do capital votante – e os minoritários ocorreu no Conselho Fiscal. Os minoritários indicaram o nome do advogado Luiz Nelson Porto Araújo e o trio da 3 G apoiou o contador Elias de Matos Brito, eleito na disputa. “Não acreditamos mais em soluções verdadeiras para os minoritários, assim como em uma resposta séria por parte do Ministério Público e Justiça criminais”, afirmou Daniel Gerbero, um dos advogados dos minortiários. Em nota, a Americanas afirmou que “as assembleias foram conduzidas com rigorosa observância da Lei das S.A”.
Fontes: UOL e Infomoney