Molnupiravir: medicamento para a Covid-19 chega às farmácias

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Medicamento foi aprovado pela Anvisa para uso emergencial em maio e chega agora ao mercado brasileiro. Entenda a ação do molnupiravir

O molnupiravir é um medicamento antiviral que mostrou efeitos positivos no combate à Covid-19. De uso oral, o remédio é indicado para pacientes adultos com quadros leves a moderados de infecção. Ele reduz as chances do vírus Sars-CoV-2 se multiplicar e reproduzir no corpo, diminuindo os casos de hospitalização e mortes.

O medicamento teve uso emergencial aprovado pela Anvisa em maio de 2022 e, desde a última segunda-feira (24), está disponível no mercado nacional. Este é o primeiro antiviral oral contra a Covid-19 disponível para venda no país.

O medicamento

O molnupiravir é indicado principalmente para  adultos que correm o risco de desenvolver quadros graves da doença, como imunodeprimidos, pessoas com câncer ativo, e outras comorbidades. No entanto, não é uma alternativa para os casos que requerem oxigênio suplementar. 

Um estudo realizado pela Merck – empresa farmacêutica responsável pelo desenvolvimento do remédio – indicou que o medicamento reduz, aproximadamente, 50% o risco de hospitalização e morte por Covid-19. 

Para a análise, voluntários com comorbidades dividiram-se em dois grupos diferentes. O primeiro, que tomou apenas um placebo, apresentou 14,1% de hospitalização. Já entre os indivíduos que, de fato, receberam o antiviral, apenas 7,3% precisaram de tratamento hospitalar.

“Eles utilizaram 775 pacientes obesos, hipertensos e cardiopatas, ou seja, pessoas com comorbidades. E ele [molnupiravir] reduziu pela metade a necessidade de hospitalização no grupo em que havia o uso do antiviral, comparando com o placebo”, afirma o Dr. Antônio Gamme, infectologista e chefe da UTI do Hospital São Luiz, Rede D’or. A eficácia foi tão significativa que, por motivos éticos, o estudo precisou ser paralisado, pois não seria justo seguir a aplicação de placebo nos voluntários.

O molnupiravir é contraindicado para crianças, gestantes, lactantes e em mulheres que podem engravidar e que não estão usando contraceptivos eficazes. Isso porque estudos de laboratório em animais mostraram que altas doses de do medicamento podem afetar o crescimento e o desenvolvimento do feto. 

A venda é realizada apenas mediante prescrição médica. Além disso, é preciso tomar a pílula dentro de cinco dias após os primeiros sintomas da Covid-19, que incluem tosse, febre, dor de garganta e coriza.

Molnupiravir não reduz a importância da vacinação

O molnupiravir está em uso em 30 países e já fez parte de mais de 10 milhões de tratamentos em todo o mundo, mas isso não exclui a importância da vacinação contra o Covid-19. Afinal, o medicamento é eficaz apenas para indivíduos já infectados pelo Sars-Cov-2.

“Ele [molnupiravir] vai, na verdade, complementar o serviço prestado pelas vacinas. As vacinas reduzem bastante a disseminação da pandemia. Mas, as pessoas que se infectam, eventualmente, podem não se proteger totalmente, embora haja a diminuição de casos mais graves. O molnupiravir tende a resolver isso. Um tratamento que pode ser feito em casa, sem nenhum problema”, finaliza o Dr. Gamme.

Fonte: Saúde em dia

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