O Ministério Público da Bahia (MP-BA) cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em casas de policiais militares investigados por participar da operação da Polícia Militar que terminou com a morte do subtenente Alberto Alves e outros três militares feridos. A ação aconteceu nas primeiras horas desta sexta-feira (4) nos municípios de Itabuna, Ilhéus, Camacan e Camaçari.
A operação “Tir Ami” foi feita através dos Grupos de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp) e de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Apoiou a ação a Força-Tarefa de Combate a Grupos de Extermínio e Extorsão mediante Sequestro da Corregedoria-Geral da Secretaria de Segurança Pública (Coger) e da Polícia Militar (PM) da Bahia.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), celulares e um notebook foram apreendidos e vão passar por perícia.
Os policiais militares são investigados pela ação realizada em uma pousada no município de Itajuípe, no dia 27 de setembro deste ano, que resultou na morte do subtenente Alberto Alves dos Santos e na prática de lesões corporais contra o sargento da PM Adeilton Rodrigues D´Almeida.
Sargento relatou situação em vídeo
D’Almeida gravou um vídeo, que viralizou nas redes sociais. O sargento narrou que dormia no mesmo quarto que o subtenente Alves, quando os outros policiais invadiram o quarto já atirando. Ferido por três disparos, pediu ajuda, mas não foi atendido.
“Me deixaram lá e eu gritando: ‘eu sou polícia, me dê socorro’. Eles não me deram, eu saí me arrastando até a porta do quarto, chegando lá consegui me encostar na parede, fiquei sangrando muito e um policial o tempo todo apontando um fuzil para mim”, afirmou o sargento no vídeo.
“Ele falava: ‘cale a boca, deixa de conversa, eu sei quem você é’, e eu pedindo a ele socorro. Ele disse que vinha uma ambulância de outro município e eu falei: ‘a gente está com o carro aí, ou então me dê socorro na viatura'”, narrou.
D’Almeida relatou ainda que um dos policiais ameaçou matá-lo. Também segundo o sargento, ele foi conduzido ao hospital cerca de uma hora depois de ser baleado.
“Eles me conduziram na viatura e ainda assim de forma hostil. O policial o tempo todo falando comigo para ficar quieto, para não abrir a porta'”.
Ainda no mesmo vídeo, D’Almeida relatou também que os policiais usaram sua arma para simular uma troca de tiros dentro do quarto.
“Fizeram vários disparos com a minha arma dentro do quarto. Eles mesmos dispararam lá, e depois me trouxeram para o hospital. Sequer me ajudaram a sair da viatura, eu com o braço com fratura exposta, pendurado, e eles não me ajudaram”, disse.
Fonte: G1 Bahia