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Muitos ucranianos querem ser cidadãos russos, diz Kremlin

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O Kremlin disse nesta terça-feira (12) que muitos ucranianos querem se tornar cidadãos russos, um dia depois que Moscou publicou um decreto simplificando as regras para que os cidadãos ucranianos adquiram passaportes russos.

Durante uma ligação com repórteres, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que “não houve discussão” sobre o relançamento das conversações de paz com Kiev, mais de quatro meses depois que a Rússia enviou suas Forças Armadas para a Ucrânia.

A Rússia disse que os moradores das áreas do sul e leste da Ucrânia ocupadas desde fevereiro têm o direito de se tornar cidadãos russos, um movimento que a Ucrânia e os países ocidentais dizem confirmar que Moscou planeja manter o controle dessas regiões.

Guerra na Ucrânia não dá sinais de que está próxima de acabar, avalia professor

O professor de Relações Internacionais da UERJ, Mauricio Santoro, acredita que a guerra na Ucrânia “pode se arrastar por muito tempo.”

Em entrevista à CNN Rádio, ele avaliou que “não há sinal de que o conflito vai se encerrar brevemente”, já que “os ganhos russos foram cidades de pequeno e médio porte a custo humano elevado para a Rússia.”

Segundo Santoro, dados ucranianos, não confirmados pela Rússia, dão conta de que 30 mil soldados russos foram mortos desde fevereiro. “É algo comparável ao que os Estados Unidos perderam no Vietnã em muitos anos de guerra.”

A expectativa da Rússia, para o professor, era de que fosse um confronto curto, mas ela não contava com o exército ucraniano, que “aprendeu com derrotas, se modificou, e agora é muito mais eficaz no campo de batalha.”

No momento, o conflito está concentrado no leste ucraniano. “Em Donbass, por exemplo, o terreno é difícil para guerra entre blindados e o que temos visto nos últimos meses é um duelo de artilharia entre russos e ucranianos.”

“Os grandes bombardeios acabam atingindo alvos civis, como escolas, residências e shoppings, Ucrânia paga um preço muito alto pela guerra.”

Santoro analisa que o confronto “é letal tanto para russos, quanto para ucranianos, e faz pensar até quando politicamente conseguem sustentar uma batalha como essa.”

O professor vê a possibilidade de que, mesmo que um tratado de paz seja assinado, que ainda haja “bolsões de conflito” em território ucraniano, especialmente nas áreas de maior afinidade com a Rússia.

Fonte: CNN