A doméstica, vítima por 44 anos de condições análogas à escravidão na cidade de Porto Seguro, teria tido o útero removido sem consentimento, sido expulsa de casa e ainda teve empresas abertas em seu nome. Essa denúncia indica que a vítima chegou à residência de Heny Peluso Loureiro quando tinha apenas 6 anos para trabalhar como empregada doméstica.
A advogada do caso relatou ao portal G1 que, na época da remoção do útero, a vítima apresentava um mioma, um tumor benigno uterino comum em mulheres em idade reprodutiva. “O mioma, por si só, não justifica uma histerectomia imediata. Aproveitaram essa situação para castrá-la”, afirmou a advogada.
A histerectomia (remoção do útero) não era a única opção de tratamento para o caso e a paciente teria sido submetida a uma espécie de castração.
Além da remoção do mioma, os filhos dos patrões teriam solicitado auxílio-doença em nome da vítima. Segundo a advogada Marta Barros, também foram solicitados o Bolsa Família e o auxílio por incapacidade temporária, indevidamente, em nome da mulher.
O Ministério Público do Trabalho (MPT – BA) abriu inquérito para apurar a situação após essas denúncias realizada pela advogada, o órgão ingressou com uma ação civil pública. A advogada informou que a vítima entrou com um processo na Justiça do Trabalho para cobrar o pagamento das verbas trabalhistas.
‘Fonte: BN / Foto: Divulgação / MPT