Temperatura mais quente deverá aumentar incêndios florestais e derretimento da geleiras
As temperaturas globais devem atingir níveis recordes nos próximos cinco anos. Segundo análise da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgada nesta 4ª feira (17.mai), os efeitos provocados por gases de efeito estufa em conjunto com o evento climático El Niño aumentaram em 66% a chance da temperatura global atingir e ultrapassar o limite de 1,5°C, estipulado no Acordo de Paris, até 2027.
Com o cenário, há uma probabilidade de 98% de que pelo menos um dos próximos cinco anos seja o mais quente já registrado. Isso deve resultar no aumento dos incêndios florestais, no avanço do derretimento das geleiras e, consequentemente, no aumento do nível do mar. Outro ponto deve ser a diminuição dos recifes de corais, que, com a temperatura em 1,5ºC, já podem perder 70% dos grupos.
“Espera-se que um El Niño de aquecimento se desenvolva nos próximos meses. Isso se combinará com a mudança climática induzida pelo homem para empurrar as temperaturas globais para um território desconhecido, o que terá repercussões de longo alcance para a saúde, segurança alimentar, gestão da água e meio ambiente. Precisamos estar preparados”, alertou o secretário-geral da OMM, Prof. Petteri Taalas.
A chance da temperatura global ultrapassar o limite de 1,5°C vem aumentando progressivamente desde 2015, quando a probabilidade estava perto de zero. Para os anos entre 2017 e 2021, as chances aumentaram 10%, mas com médias ainda em 1,28ºC em relação aos níveis pré-industriais. Agora, espera-se que a temperatura seja 1,1ºC e 1.8ºC mais alta do que nos anos de 1850 e 1900.
Em novembro deste ano, os líderes dos países irão se reunir em Dubai para a Cúpula Climática das Nações Unidas (COP-28). No encontro, será avaliado o progresso do Acordo de Paris, que estabelece metas para diminuir as emissões de gases de efeito estufa e conter a crise climática até 2030. A referência acontece porque o ano é a última chance do mundo ter alguma possibilidade de conter o aquecimento a 1,5ºC até 2100.
Fonte: SBT News