O músico e produtor Jonga Cunha apresenta o Mesa de Axé, projeto que estreia na sexta-feira (10/10/2025), às 19h30, no Aragon Amauri, nos Jardins, em São Paulo. A iniciativa propõe um modelo de circulação inédito, com vinte apresentações em bares, restaurantes e casas de show da capital paulista, expandindo-se posteriormente para outras cidades. O projeto transforma a mesa em palco simbólico, promovendo proximidade entre artistas e público e celebrando a história da Axé Music.
“Salvador é a cidade fora da África com a maior população negra do mundo. Essa negritude pulsa na nossa música, no nosso modo de dançar, de celebrar e de viver. É isso que queremos levar para cada mesa, para cada encontro”, afirmou Jonga Cunha.
Mesa que vira palco
Inspirado nas tradicionais mesas de samba, o Mesa de Axé oferece ambiente de convivência e interação. Em torno de uma grande mesa, músicos e público compartilham espaço e energia, revivendo sucessos de quatro décadas da música baiana, incluindo Timbalada, Banda Eva, Chiclete com Banana, Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Luiz Caldas.
“O axé não foi apenas um ritmo, foi um movimento que mudou o país. O Mesa de Axé celebra essa força, a identidade e a alegria que vêm da Bahia”, explicou Jonga.
Axé Music: movimento cultural e reinvenção
Nos anos 1990, a Bahia vivenciou uma revolução musical, com mais de trinta bandas de axé vendendo milhões de discos e transformando a cena nacional. O gênero misturava samba, ijexá, funk e influências africanas e americanas, consolidando-se como movimento cultural.
Atualmente, o axé se reinventa, com artistas independentes e uso de plataformas digitais. O projeto Mesa de Axé surge como uma dessas novas formas de expressão, mantendo viva a tradição e a essência do gênero.
Jonga Cunha: legado e inovação
Com mais de quatro décadas de carreira, Jonga Cunha é fundador da Banda EVA, autor do livro Por Trás dos Tambores e colaborador de artistas como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Luiz Caldas, Durval Lélys e Saulo Fernandes. Também integrou o grupo Alavontê e idealizou espetáculos multimídia e projetos culturais no Brasil e no exterior.
“Hoje a música baiana vive um pós-axé, com protagonismo renovado por movimentos como o pagotrap e bandas como BaianaSystem. O Mesa de Axé integra essa nova fase, reforçando nossa identidade cultural”, concluiu Jonga Cunha.
Fonte: Jornal Grande Bahia / Foto: ASCOM