Em 1977, a cantora Wanderléa lançou pela gravadora EMI-Odeon o nono disco de sua carreira, intitulado Vamos Que Eu Já Vou. Nesse disco, que ficou pouco conhecido pelo grande público, a cantora se afasta do ritmo que a tornou famosa, ligado à Jovem Guarda, e busca outros estilos musicais. Diverso e eletrizante, o álbum marca o encontro de Wanderléa com o multi-instrumentista, compositor e arranjador Egberto Gismonti.
Wanderléa fala desse disco em entrevista ao radialista Cido Tavares no programa De Papo Pro Ar, da Rádio USP, que foi ao ar no dia 25 passado. “Esse disco foi um marco na minha vontade de abrir caminhos”, diz Wanderléa na entrevista. “Depois da Jovem Guarda eu fiz coisas inusitadas, mas não fui reconhecida pela mídia porque ela estava muito apegada à ‘Vandeca Ternurinha’, da Jovem Guarda” (ouça a entrevista no link abaixo).
Segundo Wanderléa, os seus discos mais “modernos”, distantes da Jovem Guarda, gravados nos anos 1970, levaram à formação de um público diferente. “Eu tenho dois tipos de públicos: um que gosta de mim por causa da Jovem Guarda, que é a maioria, e um público mais exigente, que me acompanhou em outros trabalhos que eu fiz.” Esses trabalhos incluem a interpretação de músicas de autoria de Djavan, Jorge Mautner e Gonzaguinha, entre outros compositores.
Com 12 músicas – seis no lado A e seis no lado B -, Vamos Que Eu Já Vou reúne músicos como o baterista Robertinho Silva, o baixista Luizão Alves e o guitarrista Altay Veloso. Uma das músicas, Terceira Força, é de autoria de Roberto e Erasmo Carlos. Gismonti assina quatro composições, sozinho ou em parceria: Calypso, Café, Carmo e Educação Sentimental.
Fonte: Jornal da USP / A cantora Wanderléa – Foto: Zé Carlos Barretta/Wikipedia