- ESPN.com – Sábado, 19 de setembro de 2020
Michael Malone e LeBron James viveram sua primeira final de conferência na NBA juntos 13 anos atrás: a impressionante virada do Cleveland Cavaliers em 2007 para cima do Detroit Pistons, na qual James tinha apenas 22 anos e Malone era um assistente técnico.
Seus rostos não são mais tão lisos e eles têm menos cabelo, mas a presença de ambos – juntos – na final da Conferência Oeste é igualmente surpreendente.
Agora um treinador veterano conhecido por sua vontade, Malone tem seu Denver Nuggets nas finais do Oeste após uma reviravolta de tirar o fôlego para eliminar o favorito LA Clippers. Agora ele terá que enfrentar James novamente, desta vez tentando descobrir como diabos pará-lo.
Há mais ou menos um ano, James e o Los Angeles Lakers vinham pensando em uma série de playoffs contra os Clippers. A batalha de Los Angeles. Era para acertar as contas e construir um legado.
Tudo isso desmoronou com os Nuggets empurrando os Clippers do precipício para marcar presença em sua primeira final de conferência desde 2009.
Os Lakers agora são grandes favoritos ao título sem as duas equipes que eles esperavam ter que vencer para chegar lá – os Clippers e o Milwaukee Bucks -, ambos derrotados na segunda rodada.
Não importa como as finais da Conferência Leste se desenrolem, os Lakers agora têm a vantagem de experiência sobre as equipes restantes. Eles estão jogando bem, tendo vencido oito partidas e perdido apenas duas nas primeiras rodadas.
James jogará a sua 11ª final de conferência, uma estatística que remonta à época em que o cabelo de Malone era escuro e muitos dos Nuggets, o time mais jovem nos playoffs, estavam no ensino fundamental.
Este confronto também será importante para Anthony Davis, que jogará a sua primeira final de conferência. Embora a estrela dos Nuggets, Nikola Jokic, seja o principal motivo de sua equipe ter superado duas vezes o placar negativo de 3-1, Davis venceu o confronto pessoal com Jokic com folga durante a temporada regular, com os Lakers vencendo três das quatro partidas disputadas.
O caminho para um quarto título nunca esteve tão bem pavimentado para James. E ele não é aquele que costuma desperdiçar oportunidades.
– Brian Windhorst
Como os Lakers chegaram até aqui
O básico
Campanha 2019-20: 52-19 ao todo
Eficiência do ataque: 111,7 (11°) / Playoffs: 114,4 (3°)
Eficiência da defesa: 106,1 (3°) / Playoffs: 105,4 (3°)
Resultados nos playoffs
Primeira rodada: 4-1, contra o Portland Trail Blazers
Segunda rodada: 4-1, contra o Houston Rockets
A equipe dos Lakers que passou pela fase de classificação na bolha não é a mesma equipe dos Lakers que passou pelas duas primeiras rodadas dos playoffs.
Não, o time que conquistou a primeira viagem da franquia às finais de conferência desde 2010 foi uma ameaça defensiva, primeiro segurando Damian Lillard, e então mantendo a pressão sobre o maior pontuador da liga, James Harden.
“Quer dizer, você ouve isso o tempo todo: defesa ganha campeonatos”, disse Davis após o jogo 5 contra os Rockets. “Nosso maior foco será focar na defesa e deixar que as coisas aconteçam”.
Davis, que tem uma média de 27,6 pontos por jogo nestes playoffs com 58,6% de aproveitamento nos arremessos de quadra e 39,1% nas bolas de três, com 10,9 rebotes, 4,5 assistências e 1,5 tocos por jogo, teve James (26,6 pontos em 55,3% nos arremessos de quadra e 37,1% de três pontos, com 10,3 rebotes, 8,8 assistências e 1,1 tocos por jogo) bem ao lado dele.
Mas o sucesso dos Lakers não tem sido apenas sobre o domínio da dupla. Durante as duas séries, os Lakers saíram atrás e venceram quatro partidas consecutivas, enquanto vários jogadores dos Lakers – Danny Green, Rajon Rondo, Markieff Morris e Alex Caruso entre eles – batalharam e encontraram o seu ritmo.
– Dave McMenamin
Como os Nuggets chegaram até aqui
O básico
Campanha 2019-20: 46-27 no geral
Eficiência do ataque: 112,6 (5°) | Playoffs: 112,5 (5°)
Eficiência da defesa: 110,4 (16°) | Playoffs: 115,3 (12°)
Resultados nos playoffs
Primeira rodada: 4-3, contra o Utah Jazz
Segunda rodada: 4-3, contra o LA Clippers
Ninguém esperava que os Nuggets estariam disputando a final do Oeste contra os Lakers. E certamente ninguém viu os Nuggets chegando às finais da Conferência Oeste da maneira como o fizeram.
A equipe de Michael Malone chegou até aqui através da resiliência, tornando-se a primeira equipe na história da NBA a se recuperar de uma desvantagem de 3-1 duas vezes em uma pós-temporada.
Fazer isso contra o Jazz é uma coisa. Mas superar desvantagens de 16 e 19 pontos nos jogos 5 e 6, seguidos por um jogo 7 relativamente fácil, é outra completamente diferente.
Jamal Murray foi imparável na primeira rodada, marcando 50 pontos duas vezes contra o Jazz. Mas Jokic foi a força versátil que os Clippers não conseguiram dominar nas semifinais.
Para que os Nuggets tenham uma chance contra os Lakers, Jokic terá que jogar como o melhor pivô da NBA. Michael Porter Jr. terá que ser um fator com seus arremessos e rebotes. Gary Harris foi uma força defensiva para Denver e seu jogo ofensivo também será necessário contra a forte defesa dos Lakers.
Talvez Will Barton, que ficou de fora durante toda a pós-temporada, possa retornar à bolha em algum momento. Mas os Nuggets chegaram até aqui sem Barton, e seguem acreditando em si mesmos, coisa que poucos fizeram.
– Ohm Youngmisuk
A chave da série: Murray e Jokic precisam ser os heróis mais uma vez
Os Nuggets conseguiram duas viradas incrivelmente improváveis sobre os ombros de Jokic e Murray. Para os Nuggets terem a chance de chegar às Finais, eles precisam que sua dupla de estrelas apareça novamente.
Infelizmente, os Lakers foram muito bem marcando ambos os jogadores nesta temporada e se saíram muito bem defendendo jogadores parecidos também. Liderados pelos pivîs JaVale McGee e Dwight Howard, os Lakers seguraram Jokic a 16,3 pontos (48,9% de aproveitamento) com 5,8 rebotes por jogo em quatro encontros da temporada regular. Nesta pós-temporada, os Lakers também seguraram Jusuf Nurkic, pivô dos Blazers e ex-companheiro do Jokic a 14,2 pontos por jogo e 43,9% de aproveitamento.
Murray teve um pouco mais de sucesso contra os Lakers durante a temporada regular, pelo menos igualando seus números habituais, com médias de 18,5 pontos em 47,6% aproveitamento nos arremessos de quadra. No entanto, nesta pós-temporada, os Lakers enfrentaram diversos armadores de elite: Harden, Russell Westbrook e Lillard. A média de pontuação de Harden caiu 4,9 pontos, a de Westbrook de 7,4 e a de Lillard de 5,7 em suas séries de playoffs contra os Lakers em relação aos números da temporada regular.
A defesa do perímetro dos Lakers, como o resto de seu ataque, é ancorada por Davis e James. Davis contestou 102 arremessos (32 de três pontos) como o defensor principal ou de ajuda nesta pós-temporada, e os adversários estão acertando 30% quando ele os contesta. James também fez um bom trabalho no fim das partidas, mantendo os adversários a 27% de aproveitamento nos arremessos de quadra como seu principal defensor no último quarto das partidas de playoffs.
Para os Nuggets vencerem, eles precisam que Jokic e Murray encontrem uma maneira de superar a forte defesa dos Lakers.
– André Snellings
A chave da série: os Lakers podem fazer a festa no garrafão
Os Nuggets chegaram aqui em parte reforçando a proteção do aro, que tem sido uma fraqueza deles durante toda a temporada. Os Lakers testarão isso, ao contrário dos dois primeiros adversários que Denver enfrentou.
Os Nuggets tradicionalmente têm tido dificuldades para evitar que os adversários marquem no garrafão. Durante a temporada regular de 2019-20, os oponentes acertaram 65% dos arremessos nessa área.
A proteção do aro dos Nuggets melhorou nos playoffs. Eles seguraram os oponentes para 62,5% dos arremessos no garrafão, melhor que a média da liga (63%). Jerami Grant marcou bem para um ala não tão grande, dando 1,1 tocos por partida.
Ao mesmo tempo, Denver não encontrou um adversário idealmente adequado para tirar vantagem do ponto fraco defensivo do time. Tanto o Utah Jazz quanto o LA Clippers ficaram abaixo da média da liga em termos de frequência de pontuação no garrafão, com o ataque dos Clippers ainda mais comprometidos pela ineficácia de Montrezl Harrell na série.
Os Lakers são uma história totalmente diferente. Suas 22,0 cestas por partida no garrafão durante a temporada regular foram importantes. Nos playoffs, os Lakers parecem estar jogando um esporte totalmente diferente do resto da NBA. Suas 21,3 cestas no garrafão são quase cinco a mais do que a média de qualquer outra equipe.
As duas estrelas dos Lakers vão colocar pressão no garrafão dos Nuggets. LeBron faz isso abrindo o caminho ao infiltrar, e Davis pode finalizar com maestria em qualquer lugar do garrafão. Eles estão em terceiro e quarto lugares, respectivamente, em cestas no garrafão nos playoffs. James e Davis sozinhos conseguiram mais pontos no garrafão durante os playoffs (10,8 por jogo) do que a média do Orlando Magic como equipe na primeira rodada (8,2).
Pior ainda para Denver, os Lakers mostraram ao vencer a série da temporada regular por 3-1 que sabe como vencer o Denver Nuggets. Suas 23,5 cestas no garrafão por jogo são a segunda pior marca de Denver contra qualquer adversário. Portanto, proteger o garrafão será um enorme desafio para os Nuggets.
– Kevin Pelton
Fonte: ESPN Brasil