• Nísia explica seu Programa de Equidade de Gênero no Congresso • Bolsonaristas aproveitam para espalhar fake news • Hospitais federais do Rio • Dengue descontrolada em SP • O que (não) fazer para evitar ataques em escolas • Primeira vítima de nova cepa de gripe aviária •
A ministra da Saúde Nísia Trindade foi convocada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados a explicar seu Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no SUS. Trata-se de uma estratégia para acolher e valorizar as mulheres que trabalham no sistema público de saúde – 75% da força de trabalho. O programa busca protegê-las em casos de violência de gênero e assédio, pelos quais passam em sua vida pessoal. Futuramente, também deverá promover cursos e outros mecanismos de educação. A parte ultraconservadora da Comissão não gostou…
Bolsonaristas tentam enquadrar ministra
Na verdade, pareceu mais um espetáculo de criação de pânico moral para os apoiadores dos deputados bolsonaristas. Houve acusação de “ideologia de gênero”, de que a ministra estaria “ofendendo o cristianismo” e até de que Nísia defendia a legalização do aborto. A essa última alegação, a ministra apenas respondeu que se ampara nos direitos das mulheres já previstos em lei. Chamou atenção o agradecimento de algumas parlamentares a respeito da prestatividade e mesmo pontualidade de Nísia em relação à audiência, em clara comparação aos comportamentos dos ministros do governo anterior, sempre em pé de guerra e refratários a questionamentos.
Hospitais federais do Rio e a gestão militar da saúde
Relatório do ministério da Saúde sobre os hospitais federais do Rio de Janeiro traz à tona o preço de colocar militares para gerenciar a saúde pública. “Faltam profissionais, centros cirúrgicos e andares inteiros já foram fechados. Em 2023, a rede federal começou com quase 600 leitos fechados e, atualmente, são 300 leitos parados. É como se um hospital inteiro tivesse parado de funcionar”, informa matéria do Brasil de Fato. Como mostrou o Outra Saúde, tais hospitais, legado da época em que o Rio era a capital do país, foram um forte reduto de troca de favores entre militares e apoiadores do governo anterior. A precarização do serviço e a perda em massa de trabalhadoras, cuja manutenção foi garantida na justiça, foram as consequências deste toma lá dá cá.
Prefeitura inicia ações contra dengue em São Paulo
Após anos de relaxamento na política pública, associado à prioridade dirigida a ações relativas à pandemia, São Paulo vê uma disparada nos casos de dengue. Dessa forma, o prefeito Ricardo Nunes deu início a uma ação de colocação de 20 mil armadilhas para o mosquito, após a confirmação de 1.807 casos em março. Como destacado em outros boletins do Outra Saúde, o Estado brasileiro deixou de investir em ações básicas de combate ao mosquito outrora bem sucedidas, a exemplo dos chamados fumacês, além de ter abandonado campanhas públicas de conscientização popular. Tudo de acordo com a agenda de corte de gastos sociais, baseados nas políticas de “austeridade”, dominantes nas últimas administrações. Ações de baixo custo e pouca visibilidade, a exemplo da prevenção a dengue, são vítimas preferenciais do facão neoliberal. O resultado foi o número recorde de mortes por dengue em 2022.
Escola Politécnica da Fiocruz sugere ações contra ataques a escolas
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio publicou nota sobre a onda de ataques às escolas nos últimos dias. Novo fenômeno da violência social brasileira, tais acontecimentos têm ferido e matado uma quantidade crescente de crianças, adolescentes e professores. O caso da escola infantil de Blumenau talvez tenha sido o mais chocante pelo fato de as vítimas terem de 4 a 7 anos, mas os atentados seguem a se avolumar. “O combate à violência nas instituições de ensino passa por vários aspectos da proteção social de estudantes e trabalhadores destas instituições”, escreve a nota. Quais podem ser essas ações? A Poli lista: “enfrentamento da violência, do bullying e do cyberbullyng nas escolas; constituição de vínculos sociais e cultura de acolhimento e empatia; não banalização do discurso de ódio na sociedade em geral, bem como apoio psicossocial a estudantes e comunidade escolar; e adequada cobertura da imprensa sobre os casos”. Por enquanto, governos, como o de SP, se limitam a cogitar investimentos em policiamento, inclusive de empresas privadas, nicho de mercado amplamente dominado por militares. Além disso, os perpetradores dos ataques estão em clara sintonia com os discursos recentes da extrema-direita, inclusive em relação às escolas e docentes. Quem causou a doença venderá a cura?
Nova variante de gripe aviária faz primeira vítima
Uma mulher chinesa de 56 anos é o primeiro ser humano a morrer de H3N8, variante das gripes de tipo A que afetam aves. Ela vivia na província de Guandong e tinha contato com aves de criação, mas também vivia com aves selvagens ao redor de sua casa. A suspeita é de que sua infecção tenha se dado em um mercado, mas autoridades sanitárias do país ainda não fecharam uma conclusão. Ela foi hospitalizada em 3 de março e, após quadro de pneumonia grave, veio a óbito no dia 16 do mesmo mês. Vale lembrar que o mundo observa uma epidemia de abrangência de gripe aviária através de seu vírus H5N1, que já matou ao menos 100 milhões de animais no Atlântico norte, mas teve repercussões inéditas no hemisfério sul. Essa cepa não atingiu humanos, ao menos até agora.
Fonte: Outra saúde