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Novembro Azul: testes genéticos e vigilância ativa são novidades contra câncer de próstata

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A campanha Novembro azul deste ano chega com notícia boa: testes genéticos e vigilância ativa são duas novidades que especialistas estão usando para evitar que pacientes precisem fazer a cirurgia de câncer de próstata.

Lembrando que o câncer de próstata (CaP) é a segunda neoplasia que mais predomina em homens. Com 1,4 milhão de casos no mundo em 2020, a doença é quinta maior causa de mortes masculinas e provocou quase 375 mil óbitos no período. No Brasil, no mesmo ano, quase 65 mil casos novos foram diagnosticados, segundo o INCA- Instituto Nacional do Câncer.

Mas calma, o especialista Fernando Croitor, urologista formado pela Universidade Paulista, pós-graduado e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia, explicou em entrevista ao Só Notícia Boa que, hoje em dia, nem todos os casos precisam de cirurgia, ou quimioterapia.

“A notícia boa é que nem todos os tipos de câncer de próstata precisam ser tratados da forma convencional (cirurgias, radioterapia, quimioterapia etc). Em alguns casos de CaP de baixo risco, encontrados no rastreamento, é possível realizar a Vigilância Ativa proposta pelo Professor Laurence Klotz da Toronto University, no Canadá”, afirmou Croitor.

O que é Vigilância Ativa

Ele explicou que a “Vigilância Ativa consiste em acompanhar os pacientes periodicamente com exames de PSA e biópsias seriadas e somente realizar o tratamento definitivo, cirurgia ou radioterapia, caso a doença se mostre em evolução. Isso evitaria expor os pacientes aos riscos dos tratamentos sem aumentar a mortalidade pelo Câncer de Próstata”, alertou.

Os Urologistas sabem que apesar de o teste de PSA – criado na década de 1980 – ser uma excelente ferramenta no diagnóstico do Câncer de Próstata, ele apresenta algumas limitações. Sabendo disso, novos exames, desde novos biomarcadores até exames de imagem, vêm sendo desenvolvidos com o objetivo de aperfeiçoar o diagnóstico.

Testes genéticos

Umas das ferramentas mais modernas, e que já podemos utilizar no Brasil, são os testes genéticos.

“Estes Testes vem sendo utilizados, em conjunto com o PSA, em várias situações do tratamento do CaP. Os Testes Genéticos têm ajudado os Urologistas a definir melhor quem são os pacientes de baixo risco que poderiam ser submetidos à Vigilância Ativa com maior segurança e que seriam tratados somente se houvesse necessidade real”, disse Fernando Croitor.

Segundo ele, hoje existem vários Testes Genéticos com potencial de mostrar informações relacionadas ao prognóstico do CaP. Estes testes podem eventualmente auxiliar os Urologistas, em situações como:

  • Decisão entre Vigilância Ativa, tratamento imediato ou repetir a biópsia;
  • Tratar o paciente com radioterapia adjuvante (radioterapia realizada logo após a cirurgia) ou Radioterapia de resgate precoce (realizada somente se a doença reaparecer).
  • Auxiliar na discussão de como e quando tratar o CaP com uso de medicamentos hormonais.
  • Predizer a probabilidade do paciente morrer de Câncer de próstata em 10 anos.

Tratamento individualizado

Antes do advento do PSA, nos anos 1980, apenas 27% dos casos de Câncer de Próstata diagnosticados eram tumores na fase inicial da doença.

Hoje, após o PSA, 97% a 98% dos casos se encaixam nessa classificação e a taxa de metástase ao diagnóstico caiu de 15 para 6.6 casos/100 mil casos.

E o diagnóstico e o tratamento do Câncer de Próstata está em constante evolução, lembrou o especialista.

“Novas descobertas e tecnologias tem surgido de forma acelerada a cada dia.

Cada vez mais, os urologistas têm individualizado o tratamento, levando em conta o perfil do paciente e as características das doenças. Estamos cada vez mais longe de uma “receita padrão” para o Câncer de Próstata, onde todos seguiam a mesma forma de rastrear, diagnosticar e/ou tratar a doença”, explicou.

“Um Urologista atualizado e uma avaliação criteriosa do paciente podem definir o sucesso de um tratamento ou até mesmo permitir que um paciente com CaP não precise ser tratado desnecessariamente”, alertou.

Novembro Azul, sem preconceitos

E Fernando Croitor aproveita o Novembro Azul para incentivar os homens a deixarem preconceitos de lado e fazerem exames de prevenção. Mesmo porque, quando descoberto cedo, é mais fácil tratar e acabar com o câncer de próstata.

Eu mesmo, Rinaldo de Oliveira, que estou escrevendo esta matéria, sou prova disso e fui tratado pelo Dr. Fernando. No ano passado fui diagnosticado com câncer de próstata, em estágio bem inicial, depois de um teste de PSA e uma biopsia. No meu caso, o câncer era bem perigoso e tive que fazer logo a cirurgia. Hoje, um ano depois, estou zerado, com ereção e sem incontinência urinária. Na época, foi um susto, claro, mas tudo passou.

Então, se você tem mais de 45 anos (com caso na família) ou 50 anos (sem casos na família), lembre-se: câncer de próstata tem cura! E siga a orientação do Dr. Fernando Croitor:

“Procure seu Urologista para orientações sobre como rastrear e diagnosticar o Câncer de Próstata, e também para discutir de forma personalizada as melhores opções terapêuticas. As possibilidades são muitas e uma decisão correta, na hora exata, pode salvar uma vida”, concluiu o especialista.

Fonte: Só Notícia Boa