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Novo ataque contra base de bombardeiros nucleares na Rússia mata 3

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um ataque com drone atingiu nesta segunda (26) a principal base de bombardeiros com capacidade nuclear da Rússia, em Saratov, a 800 km da fronteira ucraniana. Pelo menos três pilotos morreram em solo.

Os russos dizem que as vítimas foram atingidas por destroços de um antigo drone de longo alcance soviético, presumivelmente lançado por Kiev -que não comentou o ataque, o segundo do tipo contra a base de Engels-2.

Trata-se do mais importante centro de operação de bombardeiros estratégicos da Rússia, sediando toda a frota de 16 supersônicos Tu-160, o maior avião do tipo no mundo, além de operar grandes quadrimotores turboélice Tu-95. Engels-2 tem um bunker de armas nucleares que podem ser disparadas por esses aviões.

Mas o que a tornou novamente alvo foi seu papel na Guerra da Ucrânia: os bombardeiros voam também de lá para lançar, ainda do espaço aéreo russo, mísseis de cruzeiro contra posições no país invadido por Vladimir Putin há dez meses.

Blogueiros militares russos foram à rede duvidar da versão oficial, já que segundo os relatos os pilotos foram mortos em seus alojamentos. Há também informações não confirmadas por Moscou de que aviões teriam sido atingidos -em ação semelhante no começo do mês, ao menos dois bombardeiros foram danificados em outra base, essa próxima da capital.

Até aqui, foram dois ataques contra Engels-2, um contra a base de Diaguilevo, em Riazan, e um terceiro contra o aeródromo de Kursk, mais próximo da Ucrânia. Nesta segunda houve boatos de explosões também em Diaguilevo, mas sem confirmação.

Esses atos têm grande componente simbólico, ao trazer o conflito para o coração da Rússia, onde a propaganda do Kremlin busca diluir as tintas da sua gravidade -ainda que, pela primeira vez, Putin o tenha chamado de “guerra” na semana passada, contrariando a política oficial que pune quem faz isso.

Militarmente, sugere que os russos não localizaram pela segunda vez em um mês um drone inimigo voando sobre 800 km de seu território, embora o efeito prático não seja muito grande. Mais importante foi a destruição de talvez metade do componente aéreo da Frota do Mar Negro, na Crimeia anexada em 2014, em agosto.

Adicionando tensão ao cenário, o FSB (Serviço de Segurança Federal) russo disse que matou quatro sabotadores ucranianos que tentavam entrar na região fronteiriça de Briansk. Há especulações de drones menores podem ter sido usados em ataques sendo lançados por infiltrados em solo russo.

A ação contra Engels-2 ocorreu após o presidente Volodimir Zelenski prometer vingança pelos ataques no fim de semana do Natal, que deixaram mortos e abalaram ainda mais a infraestrutura energética do país –que enfrenta com dificuldades um duro inverno sem luz ou aquecimento em diversas cidades, incluindo Kiev.

Ao mesmo tempo, Moscou lançou uma grande barragem de artilharia de domingo (25) a segunda, segundo o Ministério da Defesa ucraniano. Foram atingidas dezenas de cidades, disse a pasta, nas regiões de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporíjia, que Putin anexou no papel em setembro, e também em Kharkiv.

Fonte: Noticias ao Minuto