Índices saíram de 22,6% em 2006 a 26,3% em 2021, segundo dados levantados pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)
Obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento são alguns dos principais fatores associados ao desenvolvimento da hipertensão. O Ministério da Saúde publicou, na terça-feira (17), um relatório que aponta que o número de adultos com diagnóstico médico de hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os índices saíram de 22,6% em 2006 a 26,3% em 2021.
Os dados foram levantados pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) da pasta, que considerou a evolução temporal dos indicadores das últimas 16 edições do principal inquérito de saúde do Brasil, o Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).
O relatório mostra ainda um aumento na prevalência do indicador entre os homens, variando 5,9% para mais. Os resultados apontam uma queda nos registros em determinadas faixas etárias sendo a maior redução observada entre adultos de 45 a 64 anos, variando de 32,3% em 2006 a 30,9% em 2021 para aqueles entre 45 e 54 anos; e variando entre 49,7% em 2006 e 49,4% em 2021 para aqueles entre 55 e 64 anos.
“As informações de monitoramento exercem papel fundamental no processo de planejamento, implementação e avaliação das políticas públicas, bem como no cumprimento das metas propostas nos planos de ações de promoção, prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis, como um todo”, afirmou Giovanny França, diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância das Doenças Não Transmissíveis da SVS, em comunicado.
Segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019, os estados com maiores prevalências de diagnóstico médico de hipertensão arterial são: Rio de Janeiro (28,1%), Minas Gerais (27,7%) e Rio Grande do Sul (26,6%). Os estados com menores prevalências são: Pará (15,3%), Roraima (15,7%) e Amazonas (16%).
O indicador se refere à população brasileira com mais de 18 anos que referiu ter diagnóstico médico de hipertensão arterial, exceto mulheres que tiveram diagnóstico durante a gravidez.
A condição é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e renais, além de ser frequentemente associada a outros problemas crônicos e a eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e doença arterial periférica.
De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), de 2010 a 2020, foram registradas 551.262 mortes por doenças hipertensivas, sendo 292.339 em mulheres e 258.871 em homens. Entre os estados com maior taxa de mortalidade em 2020, estão: Piauí (45,7 óbitos / 100 mil habitantes), Rio de Janeiro (44,6 óbitos / 100 mil habitantes) e Alagoas (38,8 óbitos / 100 mil habitantes).
O presidente do Departamento de Hipertensão Arterial (DHA) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Audes Feitosa, aponta que a hipertensão tem fatores de risco que são modificáveis e outros não modificáveis, como predisposição genética e envelhecimento.
Os principais hábitos modificáveis estão relacionados ao consumo de álcool, tabagismo, alimentação inadequada e sedentarismo, considerados fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
Fonte: CNN Brasil